O Caos e a Tragédia pedonais na Parede, Cascais

Republicamos a publicação do blogue "Mais um dia" (URL) sobre o caos pedonal no concelho de Cascais, mais precisamente na Parede.
 
Mais do que pelas intenções de grandes anúncios e conferências pela sustentabilidade e mobilidade não automóvel, e pela propaganda, a verdadeira política de mobilidade da Câmara Municipal de Cascais ajuíza-se pela obra feita.

Na Parede, junto do Clube Nacional de Ginástica, foi inaugurada em março de 2017 a requalificação da Rua Machado dos Santos, com um grande cartaz publicitário que anunciava "qualidade/segurança/espaço público". No Facebook o post laudatório dizia que a rua ganhou "novos passeios, passadeiras adequadas à circulação de pessoas com mobilidade condicionada".

As fotografias abaixo ilustram a segurança e qualidade de espaço público, mas apenas para os automobilistas, que, comodistas, e com a cumplicidade da autarquia e da Polícia, exigem estacionar mesmo à porta do local onde vão fazer desporto (!), para não se cansarem numa deslocação a pé de 100 ou 200 metros, deste modo prejudicando gravemente a segurança dos peões e educando os seus filhos no sentido do egoísmo para com todos os outros cidadãos.

Apesar da garantia dada pelo técnico da autarquia de que não seria possível estacionar nos passeios após a requalificação, nem um pilarete foi colocado inicialmente. Após protestos, a Câmara Municipal de Cascais entendeu fazer um corredor vergonhoso, inclusivamente levantando a calçada acabada de fazer, desse modo, na prática, autorizando o estacionamento ilegal fora desse corredor, que nem sequer garante todos os sentidos de circulação pedonal no cruzamento. O corredor que se vê, é de facto e não de jure, a prova provada de que a Câmara Municipal de Cascais autoriza o estacionamento selvático sobre os espaços unicamente pedonais. Ou seja, a Câmara Municipal de Cascais incita os munícipes a cometerem uma ilegalidade, uma violação clara do artigo 49.º do Código da Estrada.

O resultado DIÁRIO desta política de "mobilidade" da CMC é o que as imagens abaixo ilustram. Passadeiras corretamente desniveladas, e com pilaretes, cuja continuidade são passeios pejados de carros. 

E esta é uma obra de 2017, não é espaço público dos anos 80 ou 90!

Além disso, e apesar de um projeto feito anos antes que previa essa passadeira, a circulação Rua João Soares - Rua Alfredo Manuel Fernandes, que serve deslocações entre a Parede Norte e o Junqueiro, obriga os peões a 3 atravessamentos, em vez do óbvio circuito a verde. A CMC, e apesar de apelos, recusou-se a fazer a passadeira verde, com o argumento de que roubava um lugar de estacionamento. Para manter a sua teimosia e fazer uma das passsadeiras que implementa esta vergonha, porém, cortou 1 ou 2 lugares pré-existentes. Apesar de acrescentar um risco inaceitável à deslocação de peões (e recorde-se que os passeios estão sempre cheios de carros), nem sequer beneficiou o sacrossanto estacionamento automóvel.
Quando ouvirem grandes intenções dos responsáveis da Câmara sobre mobilidade pedonal, recordem-se sim das obras feitas, que falam mais verdade.

Como é visível ainda nas imagens seguintes, com o patrocínio da Câmara Municipal de Cascais e a aprovação da PSP, a Câmara gasta o nosso dinheiro em pilaretes, mas, por incompetência ou conivência com o estacionamento ilegal, coloca-os de modo que os passeios continuem a ser invadidos pelos automóveis.

A PSP, essa, assobia para o lado. E quanto à Polícia Municipal, na verdade nem se percebe bem a sua função, tal a parasitagem que grassa nas forças policiais do país.

Mulher morre atropelada na passadeira no Porto


Noticia o jornal Público que uma mulher com 73 anos morreu esta segunda-feira atropelada numa passadeira da zona do Campo Alegre, no Porto, disseram à Lusa fontes policiais e do socorro. Segundo a PSP, o acidente ocorreu "numa passadeira sem semáforos". Apesar das manobras de reanimação, a vítima morreu no local, referiu, por seu lado, fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). O alerta foi dado às 12h18 e para o local foram destacados um motociclo do INEM, uma ambulância, bem como uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação do Hospital de Santo António.

Os carros continuam a matar, nas passadeiras, e a porca burguesia motorizada assassina continua a matar inocentes nas passadeiras, essencialmente devido a excesso de velocidade em meios urbanos.

O Correio da Manhã oferece-nos mais informações e detalhes sobre o sucedido. Pontos para os assassinos burocratas da autarquia do Porto refletirem, em função de uma análise objetiva às imagens do local:

* Porque raio existe um lugar de estacionamento mesmo antes da passadeira, retirando a visibilidade? Para a burguesia motorizada residente não se queixar com falta de estacionamento?

* Porque raio não existe qualquer medida física de acalmia de tráfego antes da passadeira? Para a burguesia motorizada não se queixar que tais medidas danificam a suspensão da lataria motorizada?

A mesma reportagem do Correio da Manhã (URL) refere-nos que já foi a segunda pessoa que morre naquela passadeira. Tudo, para que a porca burguesia assassina motorizada, não perca um lugar de estacionamento, o carro que veem na imagem. De recordar os incautos, que a regra número UM da segurança rodoviária, não é a conferida por toda a panóplia inútil e tecnológica que a sociedade dita "civilizada e automobilizada" confere ao peão. A regra número UM da segurança rodoviária para qualquer peão, também não é a conferida por esse compêndio mais inútil que um qualquer rolo de papel higiénico a que dão o nome de "código da estrada", nem muito mesmo um peão se pode algum dia fiar nas passadeiras para proteger a sua integridade física, como é bem visível pelo presente caso.

A regra número UM da segurança rodoviária é ver e ser visto! Ao colocar um lugar de estacionamento antes da passadeira, retirando a visibilidade ao peão e ao automobilista, a Câmara Municipal do Porto, para satisfazer mais um qualquer suíno residente autoólico, já matou, por negligência, duas pessoas. Sintomático! E mais sintomático o é observar como a população do bairro não se revolta contra a morte de dos seus dois vizinhos, para que um qualquer suíno burguês possa ter lugar onde colocar o bólide.