A distribuição do espaço público em Lisboa

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Caros membros do Passeio Livre

Envio para vossa apreciação e dos vossos leitores, quatro imagens de satélite de locais diferentes da cidade de Lisboa, para percebermos que há muito que o paradigma urbano de Lisboa, está voltado para as máquinas motorizadas, e não para a qualidade de vida dos seus munícipes, mais especificamente os peões. A diferença na distribuição do espaço público entre caminhantes e automóveis, é no mínimo abismal. Este rácio, é por certo dos maiores existentes na Europa.

Deixo à vossa curiosidade e à curiosidade dos leitores do vosso nobre blogue de cidadania, tentar decifrar onde se situam cada um dos locais.

Atentamente

19 comentários:

  1. Boa pergunta: onde serão essas fotos?Realmente escandaloso

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    1. 1 - Av. 24 de Julho
      2 - Av. da República
      3 - Campo Grande/2ª Circular
      4 - Largo do Rato

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    2. Tem mesmo a certeza?
      É que realmente é algo escandaloso e de que nunca me tinha reparado.

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    3. Absoluta. Pode confirmar no Google Maps

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    4. E caro Miguel, tem noção de qual é o rácio em questão? Ou seja, a relação entre a área alocada a peões e automóveis? 1 para 10; 1 para 20; 1 para 50? É um dado do qual estou bastante curioso.
      Muito obrigado
      António Faria

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  2. Basta olhar atentamente para retirar conclusão contrário.
    Vão pró car....inho e deixem de enganar as pessoas.
    Nas faixas rodoviárias ainda se vêm alguns carros e autocarros.
    Ao invés, não vejo um único comboio na foto da 24 de Julho nem uma única pessoa nos passeios ou bicicletas.
    Ora revejam lá bem o raciocínio... Sendo lógico o que faria sentido era minimizar os passeios e acabar com as linhas de comboios.

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    1. Caro Miguel, por essa análise eliminava as vias, que nas fotos não têm tráfego rodoviário?

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  3. Digam-me que este Miguel Falcão está a gozar! Ca granda atrasado!

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    1. É um troll que o passeio livre vai tolerando. Os seus comentários são sempre troladas e devem ser ignorados. Troll no sentido técnico que na Internet o termo tem.

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    2. Um anónimo a responder a um anónimo. E o troll sou eu?

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Ó Miguel Falcone, em teu entender, acabavam-se com os passeios e quando saísses da tua lata, como não tens passeio para circular, arranjavas uns turbo-propulsores agarrados às patas para voares... Deves ser mais um daqueles macacóides que não leva a lata até à cama porque não entra na porta do prédio...

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  6. Os membros deste blog nunca foram aos EUA; por lá o rácio entre espaço pedonal e espaço automóvel é ainda muito maior, vejam imagens do Google da California onde as autoestradas chegam a ter sete faixas para cada sentido. Cresçam! E quem é a maior potência económica do mundo? O automóvel é um importante motor para a economia funcionar!

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    1. Engana-se. O automóvel é um cancro das sociedades contemporâneas.

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    2. Concordo totalmente com a resposta do anónimo ao seu comentário. Eu vivi nos EUA durante 4 anos, em Tampa, Florida, e em Queens, NY. Na Florida, como na maior parte dos EUA, é impossível viver sem carro. As distâncias não são à escala humana, as zonas residenciais estão separadas das comerciais (por isso as pessoas precisam de meter-se no carro para as coisas mais básicas), os estabelecimentos comerciais são geralmente "big box chains", que ficam na sua maioria à beira de uma espécie de auto-estradas com sinais para cruzamento (umas aberrações que nem são rua nem estrada, mas sim "estruas", ou "stroads" em inglês, e não são nem eficientes para os carros nem seguras para os peões). Estes tipos de lojas que mais parecem armazéns industriais, são rodeados por imensos parques de estacionamento como se estivessem sempre á espera da Black Friday. São uns autênticos desertos de asfalto que só contribuem para aquecer mais o planeta.
      Acresce o clima, que costuma ser de extremos nesse país. A vida é mesmo muito difícil sem carro fora das cidades, senão mesmo impossível.Nos EUA também não há transportes públicos como na Europa (só nas grandes cidades), o comboio não é utilizado e as linhas férreas são principalmente usadas para mercadorias. Viajei de comboio da Florida para NYC várias vezes e já passei mais de um dia inteiro para chegar ao meu destino, tanto para norte como para sul, devido ao calor (comboios ronceiros a diesel que só passam a elétricos a partir Pennsylvania para cima) ou a comboios de mercadoria igualmente ronceiros que têm prioridade na linha.
      Foi bom ver a América real e viver como os Americanos, tanto suburbanos como citadinos, e ver o que o carro fez de tão mal a cidades menos resistentes como Tampa (por serem mais pequenas), que tinham carácter, tinham vida nas ruas, e transportes públicos tais como os elétricos parecidos com os de Lisboa. Os subúrbios americanos são um flagelo possibilitado por outro flagelo, o carro privado.
      Na América a construção dos subúrbios carro-dependentes foi também um modo de segregar a população afro-descendente.
      Nova Iorque resistiu porque cresceu antes do carro, especialmente Manhattan. Queens tem ao mesmo tempo as características da cidade e dos subúrbios, conforme a zona. A escala é em geral mais humana do que nos subúrbios típicos americanos, há ruas dignas desse nome, com comércio e tráfego pedonal, há algumas verdadeiras estruas, tais como o Queens Boulevard, conhecido por "boulevard of death" devido a ser tão perigoso para peões.
      Os carros devoram imenso espaço na cidade e nos subúrbios, tornam as propriedades mais caras porque grande parte do espaço comum é para estacionamento, devoram o tempo das pessoas que têm de se deslocar para o emprego. O caro privado é um erro colossal e nós devíamos reverter os erros igualmente colossais que estamos a fazer na cidade de Lisboa para o acomodar, tal como o túnel do marquês. Devemos apostar mais na fixação dos portugueses nas cidades, construir mais em altura (por exemplo, substituir cada dois prédios vizinhos de 3 ou 4 andares por um mais alto, de 8 ou 10, bem desenhado, com espaço público ajardinado em volta) e, sobretudo, de custo acessível.
      Lisboa está atulhada de carros. As pessoas em geral não deviam ter direito a deixar sua propriedade privada no espaço público. Se assim é, as pessoas que não têm carro, também deviam ter direito a ter propriedade privada no espaço público. O espaço público é de todos, mas os passeios
      Salvo erro, em Tóquio só pode ter carro quem tem um lugar em seu nome para o deixar estacionado. É um extremo, mas que podia muito bem ser aplicado em algumas partes de Lisboa. Muita gente tem carro em Lisboa sem necessidade alguma. Há bons transportes que fazem inveja a muitas cidade americanas.
      Não devemos copiar os erros de uma sociedade industrial, sendo Portugal um país que nunca o foi. Muitos americanos mais consciencializados já se aperceberam do erro que fizeram com a massificação do carro privado. Agora quem compra casa nos EUA procura saber o nível de "walkability" da zona.

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  7. Realmente imagens - diria - chocantes. Deus "nas alturas" deve estar chocado com o que fizeram os urbanistas em Lisboa. Mas como Ele não faz nada e nos deu o livre arbítrio, não votarei em mais cães que converteram a minha cidade neste estado lastimável, apenas para saciar os cabrões do costume: galp, BP, stands, centros comerciais, etc.

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    1. Diga-se que o sr. Fábio é muito mal educado; como quer que as pessoas se desloquem de carro na cidade, se não houverem estradas? Circulam pelos passeios? As estradas são largas para permitir maior fluxo rodoviário e há muitos passeios em Lisboa onde raramente circulam peões e podiam ser mesmo desmantelados, para fazer mais vias de tráfego rodoviário.

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    2. Boa Tarde !

      Os problemas rodoviários das nossas cidades são o reflexo de uma má gestão ( desde sempre ) de interesses ( humanos, comerciais e políticos ) .Estou de acordo com o Sr Luís Sousa porque de facto precisamos de garantir o acesso ás cidades de pessoas e bens,senão as cidades sofrem de outro tipo de problemas e vão naturalmente"morrendo aos poucos". Não foi por acaso que desisti de morar em Lisboa, meu rico campo onde ando á vontade sem me chatear com confusão, intolerância e falta de condições para se ter uma real qualidade de vida.
      Porém, este tipo de veiculo ( automóvel ) a solução quase única para muitos,onde me insiro tornou se num pesadelo para tantos outros...a nível GLOBAL, um problema do "Mundo moderno", o tal "Cancro "como diz e bem o Sr.anónimo.
      Acho que parte da solução seria avaliar seriamente o que de facto é mais importante para nós humanos e como habitantes e utilizadores numerosos de espaços que precisamos de percorrer no dia a dia. Podíamos ter acesso ás cidades sem a utilização massiva do "Pó-Pó " caso escolhesse mos o modelo britânico onde os transportes públicos realmente funcionam.
      Numa cidade como Londres,com um movimento alucinante e construída muito antes do aparecimento do automóvel (tal como Lisboa) consegui esse desenvolvimento se bem que está muito longe do que seria ideal. Ambas as cidades são históricas, com tipologias únicas que pouco ou nada tem em comum com as dos Estados Unidos, Amigo José, comparar Lisboa aos USA neste sentido é o mesmo que comparar a "Feira de Sousel" com a Expo98 lol ! A não ser que demolíssemos a cidade de Lisboa e outras e a voltássemos a construir planeando tudo realmente a pensar nos automóveis e transeuntes. As nossas cidades são únicas e ricas de História . Eles, ( USA ) tiveram o privilégio de criar desde inicio cidades á dimensão das suas reais necessidades, já para não falar do facto que foram eles que inventaram e desenvolveram a industrial automóvel ( Henry Ford ). Precisamos de tirar o transito automóvel das cidades na forma como está instituída e desenvolver ( verdadeiramente ) o mundo do transporte com o suporte das novas tecnologias mais limpas, disponíveis e à verdadeira medida das nossas necessidades em vez de insistir mos estupidamente no automóvel e só no automóvel. Com vontade politica, das empresas e das pessoas, Unidos podemos ser OS PRIMEIROS nesta revolução de ideais porque com as soluções o que já dispomos, com a nossa inteligência e a nossa vontade, creio ser seguramente possível elaborarmos soluções melhores com planos viáveis e eficazes sem mais encher-mos o nosso pais de Alcatrão e de estradas com 6 faixas como foi sugerido e a gastar milhões para financiar e beneficiar só alguns... .já temos estradas a mais porque já custa muito conservar as existentes. Liberdade é isto também ! E´poder decidir o que é melhor para nós como pessoas e como sociedade ou então continuamos presos a ideias velhas de um mundo velho. Não tenho nada contra o automóvel em si.Mas precisamos de alternativas que reduzam o impacto negativo que tem nas nossas cidades para que um dia estas divergências e atritos que vamos tendo uns com os outros por causa do estacionamento,transito tempo perdido, multas e "rebocadelas"," buzinadelas", lágrimas, suor, e stress fiquem na História da humanidade e passemos a aplicar o nosso tempo de vida noutras coisas bonitas e diferentes que o mundo tem.

      Abraço a todos e não se zanguem porque a vida é curta .

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    3. Especialista na matéria5 de agosto de 2015 às 10:55

      O discurso do Sérgio está cheio de inverdades científicas. Os EUA encheram o país de autoestradas para saciar duas indústriais em particular, a do petróleo e a do automóvel (Ford). Ou seja, desenharam o espaço público ao serviço do capitalismo, ponto! A velocidade efetiva/virtual/de consumidor do automobilista médio ronda os 15km/h, logo o automóvel está muito longe de satisfazer qualquer necessidade de mobilidade. E mais importante que a mobilidade é a acessibilidade. Com compras pela net, e comércio de proximidade para bens de primeira necessidade, diria mesmo que o automóvel particular deveria ser extinto. Ficariam apenas os de aluguer para férias e afins, ou os táxis como transportes públicos. Em 60% da vida útil de um carro, este está parado; em 5 lugares, a ocupação média é 1,2 passageiros; o automóvel nos moldes atuais é uma praga das sociedades modernas. O PM britânico, em vez de dizer que a praga são os automóveis, preferiu dizer que a praga são os imigrantes.

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