O terror pedonal da av. Marginal


Um dos nossos leitores alerta-nos, para aquilo que consideramos ser "terrorismo anti-pedonal", ou seja, a distribuição de espaço viário que o urbanista da Estradas de Portugal concebeu para uma das vias com maior potencial de lazer ao ar livre e para o espaço público na área metropolitana de Lisboa. A av. Marginal é um trajeto que tem o privilégio de seguir quase sempre junto ao rio Tejo, mas esse privilégio é concedido na grande maioria do percurso, apenas àqueles que circulam com veículos motorizados.

Existe um Decreto-Lei que regula a largura das vias pedonais, e o mesmo diz preto no branco sem ambiguidades que as mesmas têm de ser contínuas e livre de obstruções com uma largura livre não inferior a 1,50m (anexo e normas técnicas, secção 1.2.1. do DL 163/2006 de 8 de agosto). Todavia a av. Marginal tem um valor três vezes menor, ou seja tem uma largura pedonal interrompida e com 0,5m, ou seja 50 centímetros.

Todavia, após uma queixa endereçada à Estradas de Portugal por parte do nosso leitor, o mesmo obteve uma resposta, no mínimo ridícula, referindo que "a zona em questão não é considerada prioritária", pois presumimos que a segurança dos peões não é prioridade para a EP, rematando como expectável que "a EP tem presentemente atenção focada em problemas de maior sensibilidade do ponto de vista da segurança rodoviária", subentenda-se, segurança rodoviária focada na segurança dos automobilistas, e não dos peões.

Reiteramos que falamos de uma estrada nacional, com velocidades deveras elevadas, onde mesmo ao lado se encontra um passeio com a largura de 50 centímetros. Andar a pé numa pequeníssima faixa pedonal de 50 centímetros de largura tendo de um lado o penhasco que dá para a linha do comboio, e do outro lado uma via com automóveis a 90km/h, é no mínimo para qualquer peão, um "terror". Não faz a EP então claramente, de forma não intencional admitamos, terrorismo anti-pedonal?

24 comentários:

  1. Acrescenta-se que no final do passeio marítimo da Cruz Quebrada (local que se vê na foto), também não existe uma passadeira no local para os peões poderem atravessar para o outro lado da Av. Marginal - são obrigados a circular no referido passeio de 50cm. Percebe-se bem neste artigo: http://cicloviamarginal.wordpress.com/2014/05/08/a-imagem-do-cabecalho/

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  2. Escândalo! E o Presidente da Câmara de Oeiras deixa estar impávido?! Incrível!!!

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  3. Este blogue está cada vez mais demagogo. Como querem os membros deste blogue, que eu vá todos os dias trabalhar, pagar impostos para este país, se retirarem uma via ao tráfego automóvel à já muito congestionada av. Marginal? Ter carro, ainda é um direito em Portugal, ou não é? Esse passeio praticamente não tem ninguém, as pessoas na foto, estiveram a posar para a fotografia, quem passa lá todos os dias para ir trabalhar (duvido que os membros deste espaço saibam o significado de trabalho) pode atestá-lo.

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    1. Então se o passeio não está ali a fazer nada, RETIREM-NO e acabou a demagogia (sua e das Estradas de Portugal). Porque a conversa de chacha que quase TODOS os que têm uma lata com quatro ou duas rodas e que estacionam CONTINUA e DIARIAMENTE em cima dos passeios - fazendo destes a sua garagem particular sem pagarem renda à autarquia -, nas paragens dos transportes públicos e em cima das passadeiras, em infracção aos artºs. 48º. e 49º. do Código da Estrada, de que não têm onde estacionar, passem a andar nos transportes públicos! Mas suas excelências têm o ego tão enorme que misturarem-se com a ralé num autocarro, é uma rebaixamento do seu status social...

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    2. Eu pago impostos, e não são poucos, um peão paga zero "à autarquia". O automóvel é a vaca do Estado.

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    3. Não, meu caro. O automóvel é o cancro do Estado. Veja-se a despesa que causam as rodovias e os contratos de concessão (Brisa, Ascendi, Lusoponte), para não falar das negociatas relativas a parque de estacionamento. Mas continue a pensar assim, os srs de S. Bento agradecem a sua deslocaçãozinha diária no meio de milhares de pagadores de dinheiro que nunca tem retorno efetivo para a sua qualidade de vida. Um peão não desgasta a via como um automóvel, não polui o ar (embora ocasionalmente verborreias como a sua sejam de pestilência considerável). Lembre-se que quando sai do automóvel também é peão, da próxima vez que começar a contestar os aumentos de impostos.

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    4. O automóvel não é a vaca do estado. Quanto muito é o bezerro que anda constantemente a mamar na teta. Os utilizadores de veículos a motor em Portugal pagam apenas uma ínfima parte do que esta opção custa ao estado. Mas, não há dúvida que há muitas bestas ao volante

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    5. Além disso, não sei onde está escrito que ter carro é um direito. Mas, sei onde está escrito que qualquer cidadão tem direito a "uma rede adequada de transportes". É na Constituição da República Portuguesa e, apesar de algumas mentes tacanhas, o automóvel não é o único transporte, nem sequer é opção para muita gente.
      Entre Lisboa e Cascais, já há várias vias para circulação de automóveis. Não há para bicicletas (em segurança para todos) e, se considerarmos apenas a marginal, também não há para peões (em segurança para todos).

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    6. Algo que causa espanto na marginal são determinados ciclistas que agem como se estrada fosse deles. Circulam de noite na estrada Margina lsem estarem devidamente equipados para o fazerem pondo em causa a segurança deles e dos automobilistas , não respeitam os semáforos ( moro na Parede e há dois dias quase fui atropelado por um grupo de ciclistas quando estava assinalado o " verde " para os peões ) , atrasam a fluidez do transito em dias de semana ,etc, etc... Se não existem condições na estrada marginal para circularem bicicletas em segurança a sua circulação deveria ser proibida. Em cascais existe uma pista para circulação de bicicletas ( entre Cascais e o Guincho ). Na estada Marginal não existem condições para construir uma via para isso mas há um passeio marítimo em que é permitida a circulação de bicicletas em determinados horários no Verão e no Inverno o dia todo.

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    7. Que comentário mais ridículo. Pelo menos ao fim de semana encontro este passeio como na foto, que é quando grande parte das pessoas tem tempo para ir pedalar, não significa que não trabalham. Já la passei varias vezes de bicicleta e nunca posei para nenhuma foto. Miguel deve haver tratamentos para isso... Eu pelo menos consigo conciliar trabalho com exercício físico. Mas concordo com alguns comentarios em que dizem que os ciclistas abusam na forma como usam a marginal, acho que deveria haver bom senso de parte a parte.

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  4. que conversa de merda, este sr vai trabalhar logo tem de ir de carro, numa zona onde não há falta de transportes públicos e que ainda são bons, funcionam e têm hórários de jeito, é por causa de gentinha como este tal de Miguel, que este país é e será sempre uma anedota, ter carro em Portugal é um direito????? hã??? leu isto em algum manifesto, esta gente realmente pensa que tem importância, não consegue pensar pela sua cabeça,

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    1. É um direito, o direito à propriedade privada, está na constituição, já a leu? O que se subentende deste blogue é um ataque desmesurado à propriedade de automóvel particular. Os transportes públicos a que tenho acesso são deficitários. E volto a dizer, sim, pago muitos impostos e não são poucos
      http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro-financas-pessoais/carro-novo-mais-quarto-paga-sao-impostos
      para que a vossa associação se for preciso ainda recebe fundos do Estado para publicar estas anormalidades

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    2. O seu "direito" a utilizar o carro significa, neste local, que outros não podem ali passar em bicicleta, ou a pé, em segurança. O que se discute é a utilização de parte daquele espaço por outros que não se desloquem de carro.
      O direito à propriedade privada não implica a usurpação do espaço público. Actualmente, esse "direito" que muitos portugueses pensam ter a utilizar o carro, resulta na ocupação indevida de passeios nas ruas das cidades, além da alocação de enormes recursos, como território e capital, a essa opção de mobilidade.
      Apesar do tuga achar que paga demasiados impostos pela utilização do automóvel, a verdade é que estes cobrem apenas uma ínfima parte do que ele custa ao país. É uma das principais razões do nosso défice comercial, prejudica de diferentes formas a saúde de milhões de portugueses, as PPP das auto-estradas absorveram uma importante fatia do empréstimo da troika, etc.
      Por isso, se quer ir de carro para o trabalho, pague a portagem da A5, ou contente-se em circular a velocidades moderadas na Av. Marginal. Além disso, pague o estacionamento na sua origem e destino, pague pela poluição sonora e aérea que provoca (são causas de diversas doenças), etc...

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  5. A Estradas de Portugal não tem Urbanistas... tem, apenas, engºs de tráfego!

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    1. o que são eng.º de tráfego, nunca ouvi falar desse curso?

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  6. O tópico desta mensagem desviou do assunto principal, após o comentário do sr. Miguel Nunes.
    Voltando ao tópico em si, parece-me que o mais grave aqui é a conjugação da velocidade de autoestrada com um passeio tipo trave de equilibrista.
    Em Madrid, colocaram vias como esta debaixo do chão, trazendo de volta aos cidadãos o acesso pedonal ao rio. No entanto, não me parece que aqui se consiga (financeiramente) fazer isso.

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    1. e que tal simplesmente, eliminar vias, em vez de as enterrar, ficando muito menos custoso para o erário público; fazendo com que as pessoas usem mais os transportes colectivos de passageiros, tornando a mobilidade mais eficiente?

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    2. Eu sou grande adepto de andar a pé, de bike ou de transportes públicos. Raramente utilizo o carro. Mas compreendo que naquela zona, seja necessário existir uma estrada como a marginal. Deveria encontrar-se um meio termo que satisfaça os peões e os automobilistas, pois não se pode simplesmente cortar o acesso aos carros não dando alternativas.

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    3. Ricardo, um meio termo pode ser justamente suprimir uma das faixas de circulação automóvel transformando-a numa ciclovia. Há que ter em conta que é uma estrada com 4 faixas paralela a uma autoestrada e a uma linha de comboio.
      https://www.facebook.com/ciclovia.marginal

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    4. O srº anonimo é um valente fascista ou comunista . Quer impor a sua opinião custe o que custar. Muita gente precisa do automóvel, carrinha ou outro veiculo para trabalhar. O srº como deve ser funcionário publico dá-lhe igual se chega a horas ao trabalho .Deve ser daqueles que dá graças a Deus quando há greve dos transportes públicos porque assim tem mais um dia de ferias.

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    5. Não te basta a A5 oh Pencas? Quantas autoestradas queres para chegar a Lisboa? Qualquer dia estão a sugerir para remover a linha ferroviária de cascais para alargar as faixas na marginal! Acabem com os passeios, só dão trabalho a manter e a velharia não paga impostos e podia muito bem ficar em casa na costura

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    6. @ Anónimo10 de Setembro de 2014 às 17:18: A "velharia" não paga impostos? Já os pagou durante as décadas em que trabalhou e continua a pagar através da carga fiscal nazista e dos roubos das pensões e reformas que lhe estão a impor pelos lacaios do merkelreich no poder! Ao contrário de você que, se calhar, até anda a comer à conta de alguém! Se Deus existe, apenas Lhe peço que você não chegue a "velho". Porque não merece o oxigénio que respira anda a roubá-lo a quem dele precisa e é válido à sociedade!

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  7. Caro Ricardo, seja necessário para quem? Para os carro-fascistas ou para os comuno-burgueses?

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    1. Não sei para quem seja porque nunca lá passo. Presumo que faça falta uma via nessa zona. Mas sem conhecimento, de facto.

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