Primeiro a publicidade, depois o automóvel e por fim o cidadão!

Estas são as prioridades ideológicas da Câmara de Lisboa.

Primeiro a publicidade, que gere receitas avultadas para que a CML possa suster a sua máquina burocrática e altamente inútil e ineficaz. A título de exemplo só em Portugal é que existem três entidades fiscalizadoras para combater o flagelo do estacionamento ilegal numa cidade (EMEL, Polícia Municipal e Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa), sendo que o estado da cidade é perto da selvajaria e do caótico, deixando os idosos e as pessoas com mobilidade reduzida ao deus-dará.

Em segundo lugar nas prioridades, o automóvel, que pode estacionar no passeio a seu bel-prazer (mas sem tapar a publicidade), pois há muito que o automóvel em Portugal recebeu dos autarcas o estatuto de sacrossanto, qual vaca sagrada que Vasco da Gama trouxe da Índia.

E finalmente o cidadão, aquele que deveria ser o cerne das políticas públicas!

Precisamos de ideias caros leitores. Que mais podemos fazer para combater estes atos bárbaros contra as pessoas, que não tenhamos já feito, usando da nossa cidadania participativa? Esta imagem indigna qualquer cidadão mais consciencioso.

Imagem do blogue, Menos um carro!

Estacionar assim, é ZON!

Esta carrinha ao serviço da ZON, estacionou quase totalmente em cima do passeio  mesmo ao lado de um lar de idosos. Quando o nosso leitor chamou a atenção para tal facto ao condutor do referido veículo, passava uma idosa pela estrada, mas tal não foi suficiente para convencer o mencionado condutor para retirar o veículo.

O nosso leitor tentou contactar a ZON para reportar o facto apresentado mas refere que se revelou impossível, após duas chamadas que efetuou para dois números distintos.

Estará o agente João Grenha da PSP ou o nosso leitor a dizer a verdade?

Considere-se o princípio jurídico luso, in dubio pro reo.

Aqui relatámos uma situação recorrente em Lisboa, onde o estacionamento ilegal passa impune às nossas autoridades competentes.  Na situação relatada, um nosso leitor indica-nos factos em como eventualmente um agente da PSP de seu nome João Grenha, foi completamente incurioso, perdulário e infiel na sua missão de defender os cidadãos, ao não autuar um veículo que estava ilegalmente estacionado, mesmo após interpelação por parte do nosso leitor.

Não temos meios de prova para atestar quem está a referir a verdade, por isso aceitamos como razoável a resposta da PSP, mesmo considerando que achamos muito pouco plausível que o nosso leitor nos tenha mentido nos factos apresentados. É do conhecimento geral comum que as autoridades competentes (PSP, PM, EMEL) são completamente ineficazes na luta contra esta praga urbana. O Passeio Livre à data, fez uma queixa oficial à PSP, a qual obteve hoje resposta por parte do Comandante da Divisão de Trânsito, comandante João Carlos Amaral. Transcrevemos ipsis verbis:


Sobre o assunto colocado no email infra informo V. Ex.ª o seguinte:

1. O agente policial visado, Agente Principal João Grenha, colocado na DT, instado a pronunciar-se sobre o exposto, informou o seguinte:

a) No dia 18/09/2013 esteve de serviço de remunerado na zona do Chiado, em Lisboa, das 12h00 às 17h00 e durante esse período ninguém se lhe dirigiu;

b) Após ter terminado o serviço, deslocou-se para a sua residência, sita na área do concelho do Barreiro, utilizando os transportes públicos;

2. O referido na alínea a) do ponto anterior corresponde à verdade.

3. O referido na alínea b) não podemos confirmar, dado que o serviço remunerado terminou às 17H00 e a ocorrência teve lugar às 17H30, hora em que o agente policial estava fora de serviço, logo já não estava sob a supervisão funcional hierárquica.

4. Assim, a versão apresentada por V.ª Ex.ª e a versão apresentada pelo Agente Principal João Grenha, são contraditórias, não existindo quaisquer outros meios de prova que permitam criar, de forma inequívoca, a convicção de que o mesmo tenha tido o comportamento que V.ª Ex.ª lhe atribuiu.

5. Face ao exposto decidi arquivar a presente reclamação sem qualquer outro procedimento.


Na prática, a resposta apenas refere que o agente não estava ao serviço. Na realidade achamos muito estranho o facto de o dito agente, referir ter feito turno no Chiado até às 17:00, e segundo as suas palavras, ter-se deslocado de imediato para casa no Barreiro por transportes públicos, ou seja apanhando o barco no Terreiro do Paço. Todavia o nosso leitor garante que viu o dito agente às 17:30 na av. de Roma, tendo pelo menos citado corretamente o nome, nome esse que a própria PSP confirma que existe. Quem estará a dizer a verdade? Pelo menos recomendamos ao nosso leitor que jogue no Euromilhões. Se tiver tanta sorte ao jogo, como em acertar nos nomes dos agentes da PSP da divisão de trânsito, talvez fique rico o suficiente para fazer umas doações ao Passeio Livre para que compremos mais autocolantes.

Sensibilização policial

No dia 3 de Abril, em Lisboa, enquanto alguns agentes da PSP andavam a "sensibilizar" ciclistas para evitar atos de "indisciplina", outros asseguravam que a ciclovia ribeirinha fosse devidamente usada... para estacionamento automóvel. Isto porque decorria um evento relacionado com o rali de Portugal e, provavelmente, não ficaria bem alguém deslocar-se de bicicleta ou transportes públicos ao local de uma prova automobilística.

Depois de animada conversa com um agente da PSP no local, fiquei a saber que fora a CM Lisboa que ordenou a presença dos agentes no local, para assegurar aquela ocupação indevida, mas autorizada. Apesar da recomendação recente da PSP, através de campanhas no Facebook, para que os ciclistas não circulem "pelos locais reservados a peões", nem conduzam "em locais como vias reservadas", o mesmo não se aplica aos automobilistas. Ou, segundo palavras do agente, porque aquele era um dia especial. Como saberão muitos ciclistas, infelizmente, há muitos dias especiais como aquele.

É frequente a CM Lisboa chutar para canto as responsabilidades, que é como quem diz, dizer que a PSP é que determina quem vigia o quê, ou que a Administração do Porto de Lisboa é que manda ou, ainda, que é a Capitania que tem autoridade sobre a frente ribeirinha. Tudo desculpas já lidas e/ou ouvidas. Para autorizar, está lá a CML. Para fazer cumprir é que nem por isso...

Abaixo, algumas fotografias de como foi feita a ocupação de ciclovia e passeios, nesse dia de sensibilização, tudo para que o direito sagrado ao estacionamento do automóvel não seja profanado. Muitas mais fotografias poderiam ser publicadas, mas correria o risco de ser maçador.




A maior parte dos passeios da zona encontravam-se da forma que se vê na fotografia acima!

Pilaretes, para que vos quero?

Há locais onde os poucos pilaretes que há se tornam inúteis...







Outros há que foram colocados apenas para restringir o estacionamento em cima de caixas de esgoto (não fosse um pópó cair lá dentro), passando a mensagem: "aqui não, mas no resto do passeio pode ser"...





Há locais onde o passeio é alto e onde não se colocam pilaretes, pois se pensaria que os carros não trepam... mas nem sempre os donos têm cuidado com o carro e galgam qualquer passeio... ou então entram onde o passeio é baixinho e vão estacionar onde querem!



Imagens recolhidas em Algés e Miraflores... todas a menos de 500 metros da esquadra da PSP.