Freguesias dos Anjos/Pena, Lisboa

Um excelente testemunho de Lisboa, de uma das nossas leitoras em missiva enviada às autoridades que connosco partilhou.

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Exmos Senhores, bom dia

Venho por este meio reforçar denúncias que já fiz anteriormente relativamente ao estacionamento abusivo e impune nas zonas das freguesias dos Anjos/Pena, tão só registadas durante o caminho que faço a pé para as escolas dos meus dois filhos menores, entre as 9h e as 9h35m da manhã (dia de hoje, 15 de Maio de 2013).

Não consigo compreender porque sou, como peão, tratada como um cidadão de
segunda categoria, tendo sistematicamente as vias de circulação interrompidas por viaturas mal estacionadas, comprometendo a minha circulação e segurança (reforço que este é o caminho que faço com duas crianças pequenas, se por acaso tivesse de circular com um carrinho de bebe então seria ainda pior, ou se fossem as crianças sozinhas para a escola). Pessoas idosas, com dificuldades físicas ou com carrinhos de bebe ou de compras são enxovalhadas para as estradas e bermas sem qualquer punição dos responsaveis.

Alguém me explique por favor porque é que os condutores das viaturas são uns privilegiados que podem fazer tudo assumindo que é um direito que têm, e os peões (que pagam impostos e são claramente parte da resolução do problema de trânsito e qualidade de vida na cidade) são prejudicados?!?!?

Eu tenho um carro, que evito usar sempre que não é absolutamente necessário – a maioria dos dias – e que deixo SEMPRE bem estacionado, mesmo que só encontre lugar longe de casa. Porque é que sinto que ao ser cívica e querer contribuir de forma positiva não só não tenho quaisquer vantagens como ainda sou "gozada" por quem usa e abusa do espaço publico?!?

Acho que é demais, e que a CML tem responsabilidades a cumprir neste âmbito, assim como a PSP. Agradeço atenção as fotografias números 8 a 10 , que dá a entender que a mentalidade se estende infelizmente aos agentes da autoridade
que deviam proteger a população.

As fotos foram tiradas nas seguintes localizações:
1 e 2 - Cruzamento da Rua Heliodoro Salgado com a Rua de Cabo Verde
3 - Rua de Cabo Verde, numa das passadeiras de acesso a escola EB1 Sampaio
Garrido. Este senhor quase nem deixou espaço para lhe fotografar a matricula
4 - Praça das Novas Nações, em frente a EB Sampaio Garrido - esta viatura
esta ali há dois dias
5 e 6 - Rua Maria
7 - Rua do Desterro
8, 9 e 10 - Rua Bombarda. Veja se a senhora a ter de ir pela estrada, e entre os carros estacionados a viatura da PSP, tao fotogénica.
11 e 12 - Rua Damasceno Monteiro. Há custa de autocolantes do "Passeio Livre" esta rua esta muito melhor, mas continuam a ser diários os abusos.

Numa zona residencial, cheia de idosos e crianças, sem uma única passadeira ou redutor de velocidade, não sei como nao acontecem mais acidentes (mas acontecem).

O estacionamento é um problema, mas ainda mais o civismo. Não foram a construção de parques enormes (como o Chão do Loureiro, que esta semprevazio) que resolveu esta questão, porque as pessoas nao querem pagar?
Crise?!?! Não se paga estacionamento mas paga se por ter um carro, não pode ser! O estacionamento faz parte dos gastos associados a quem quer ter um carro, e quem opta por não ter TEM de ser beneficiado e não sistematicamente prejudicado por isso! Eu fui insultada por um senhor que estava a estacionar na passadeira na Rua Maria e que me ameaçou se tirasse uma foto. Nem se dignou a procurar lugar, que havia a uns escassos vinte metros à frente (a seguir ao carro vermelho estacionado na outra passadeira na mesma rua).

Esta semana (segunda e terça) vi vários agentes da PM na zona em questão, inclusive a rebocarem viaturas. Felicitei pessoalmente alguns agentes pela intervenção. Hoje não vi um único agente e a situação continua miserável…

Agradeço desde já a atenção dispensada. Vou continuar a fazer pressão enquanto não vir mudanças, luto pelos meus direitos, dos meus filhos e por uma (sociedade) cidade humana e cívica.

Leitora identificada

3 comentários:

  1. Caríssimos,

    Desculpem-me se insisto, mas do lado direito deste blogue continuamos a ler que se procura um advogado para processar os que, por omissão de actuação, são responsáveis por este caos.
    Como já se passaram meses, julgo que os leitores têm direito a serem esclarecidos acerca do andamento dessa diligência - em post próprio, evidentemente.
    Acresce que estamos a poucos dias das eleições autárquicas, e se não fizermos nada de concreto até essa altura mais vale fecharmos a loja e irmos vender castanhas.

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  2. @ Carlos Medina Ribeiro, penso que serão muito poucos (ou quase nenhuns) os que, hoje em dia, trabalham - ou dão umas abébias - em regime pro bono... Infelizmente a nossa sociedade - a começar pelo vandalismo cívico a que assistimos no estacionamento selvagem -, é composta por individualidades que apenas olham para o seu umbigo e desde que estejam bem, os outros que se amanhem...
    Quando um animal coloca uma viatura em cima do passeio, ocupando-o parcial ou totalmente, apesar da sua mente distorcida em ordem ao prejuízo que está a causar a terceiros, tem consciência que se encontra a cometer uma ilegalidade (artºs. 48º e 49º. do Código da Estrada). Se as entidades policiais a quem são pagos ordenados com o dinheiro dos nossos impostos, passam pelos locais onde se encontram essas infracções e não fazem ABSOLUTAMENTE NADA para resolver o problema - e ainda dizem que o País se encontra em crise, pré-bancarrota, blá, blá, blá... - de que vale estarem à porta eleições autárquicas se, como já é sabido ao longo de quase 40 anos de uma democracia podre, virada para um proto-fascismo, quem for para o poleiro, apesar das habituais promessas que fará aos "descuidados" eleitores (recordam-se da promessa de TOLERÂNCIA ZERO ao estacionamento selvagem do actual presidente da câmara?), vai deixar andar tudo na mesma? Se a Polícia Municipal nem sequer responde aos e-mails com denúncias graves de estacionamento selvagem como o de bloquear entradas de prédios; estacionamento em cima de passadeiras, tirando a visibilidade de quem pretende atravessá-la; estacionamento em cima de paragens de transportes públicos, etc., etc., etc., que medidas tomar?

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