ESTREMOZ: peão exaltado!


Caros colegas,

Numa visita recente a Estremoz, deparei, como é habitual no nosso país, com várias situações que põem qualquer peão à beira de um atque de nervos.

Vejamos apenas um exemplo perfeito do estado das coisas em matéria o estatuto do peão versus automóvel.

A Câmara Municipal de Estremoz, consciente do excesso de automóveis estacionados no centro histórico - Estremoz é uma cidade cercada por muralhas - tem feito um esforço para libertar os arruamentos de génese medieval dos carros. Por exemplo, criou um parque de estacionamento gratuito mesmo à saida da Porta dos Currais (na imagem). No entanto, e como se pode ver pelas imagens, este parque está praticamente vazio. Porquê? O problema ocorre também em Lisboa, como por exemplo o Parque das Portas do Sol em Alfama. Depois de muitas décadas a permitir que os cidadãos estacionem gratuitamente, à porta de suas casas, é muito difícil alterar este comportamento. Não é impossível, mas exige muita coragem política. Tanto no exemplo de Estremoz como no de Lisboa, enquanto as Câmaras fecharem os olhos ao estacionamento selvagem na área urbana em redor dos novos parques de estacionamento, nada irá mudar. Porque razão não se alargam passeios e instalam pilaretes de protecção dos canais pedonais? Porque razão os novos parques não são acompanhados do reperfilamento das ruas com a natural supressão de lugares de estacionamento em benefício dos peões (e TODOS somos peões)? Os sucessivos governos, e os municípios deixaram que este mau comportamento - porque insustentável - criasse raízes profundas. Agora estão reféns de milhões de eleitores que não querem alterar um modelo de mobilidade, um estilo de vida, centrado na sua viatura de transporte privado. Andam a gastar milhões de euros para ter parques de estacionamento vazios e as ruas cada vez mais congestionadas com carros. 

***Leitor identificado***

2 comentários:

  1. Citando o vosso texto: 1.- «Depois de muitas décadas a permitir que os cidadãos estacionem gratuitamente, à porta de suas casas, é muito difícil alterar este comportamento.» Esta gente que estaciona as latas e as scooters em cima dos passeios, podem ter lugares mais à frente uns metros, não incomodando ninguém, mas preferem estacionar a lata a um passo (se for a meio passo ainda melhor) da porta do prédio onde residem... Gente nova, na faixa entre os vinte e poucos anos e pouco mais de trinta... Coitados... já devem sofrer de artroses, problemas cardiovasculares, pés chatos, calosidades... 2.- «Não é impossível, mas exige muita coragem política. Tanto no exemplo de Estremoz como no de Lisboa, enquanto as Câmaras fecharem os olhos ao estacionamento selvagem na área urbana em redor dos novos parques de estacionamento, nada irá mudar... ... Os sucessivos governos, e os municípios deixaram que este mau comportamento - porque insustentável - criasse raízes profundas. Agora estão reféns de milhões de eleitores que não querem alterar um modelo de mobilidade, um estilo de vida, centrado na sua viatura de transporte privado.» Pois é, criaram um estilo de vida manhoso, sabem que não existe punição para as leis vigentes (Código de Estrada) porque existe o tal FACILITISMO que a própria PSP emprega. Civismo? Que é isso? Educação? Que é isso? Respeito? Que é isso? Esta gente desconhece estas e muitas outras palavras. Não fazem parte do seu léxico de conduta cívica diária. Se eu estou bem, os outros que se lixem...! Se aquele estaciona em cima do passeio, em cima da passadeira, em cima da paragem dos transportes públicos, bloqueia portas de prédios, passa sinais vermelhos, circula em corredores BUS, passa por sinais de sentido proibido ou de circulação proibida, porque razão EU NÃO POSSO FAZER O MESMO??? Esta gente precisava de ter conhecido e vivido na DITADURA para saberem o valor que tem a LIBERDADE!

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  2. O estacionamento até ganha erva!

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