Uma generosidade deficiente

Lisboa - Av. da República
12 Nov 11 - 16h10m
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O que aqui se vê não é grave, mas merece uma referência porque é uma situação que ali se pode ver todos os dias: esta carrinha VW tem um lugar reservado para si ("deficientes") mas, simpaticamente (ou porque é  forçado a tal), o seu condutor cede metade do seu espaço a outros - uma generosidade-da-treta, dado que é feita à custa do espaço dos peões...

23 comentários:

  1. Passo aí de vez em quando e sempre achei estranho porque não me dei ao trabalho de verificar as matrículas. Agora acho patético...

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  2. Agora falta saber é se o senhor da carrinha VW a deixa em cima do passeio porque quando chega, o lugar já está ocupado pelo Mercedes ou se utiliza o espaço para lá meter as duas viaturas (dele).
    Aqui em Portimão (Av. 25 de Abril) há um caso parecido de um senhor que tem um lugar reservado num dos lados da avenida (assinalado por uma placa de deficiente e com a matrícula da viatura) mas que a coloca no outro lado da avenida, com a desculpa de que o outro lado tem mais sombra.
    Resultado: o mesmo senhor ocupa diariamente dois lugares apenas para uma viatura, já que não utiliza o espaço que tem reservado mas também não deixa que ninguém lá ponha qualquer carro.

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  3. O país está cheio de casos de lugares reservados a deficientes e que são usados por outros que a eles não têm direito.
    Em Lisboa, já tenho visto a EMEL a multar (e muito bem) nesses casos. Mas é raro.

    Verdadeiramente curioso é um jipe branco que, a dois passos da Assembleia Municipal de Lisboa, faz isso mesmo. Aproxima-se de um estacionamento para deficientes que existe junto à Rua Edison e, se necessário, estaciona pacientemente em 2ª fila (estorvando o trânsito na avenida) até o lugar estar vago. Nessa altura, ocupa-o - impunemente, claro.

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  4. O que é que se passa com o PL?
    Os abrunhos deixaram de estacionar sobre os passeios ou o pessoal cansou-se disto e foi tudo de férias?

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  5. ...ou simpaticamente afastados!

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  6. Provavelmente o PL já cumpriu a sua missão e, tal como muitas outras boas iniciativas em Portugal, acabou por... desvanecer!

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  7. Meus caros,

    É com grande tristeza (e não menor estupefacção) que venho assistindo ao definhar deste blogue -e precisamente numa altura em que ele mais falta faz, pois o caos do estacionamento selvagem atinge níveis nunca antes vistos.

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  8. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  9. Será que descobriu que também há peões que têm comportamentos reprováveis e que não vão ao encontro do definido na lei!?
    Nunca vi um polícia a multar um peão por atravessar a rua fora da passadeira (quando tem uma passadeira a menos de 50 metros). Será que os peões estão "feitos" (oferecem "Robalos" ou algo parecido) com a polícia?
    Acho estranho que nunca tenham publicado imagens e criticado, como tão bem o fazem, os peões que têm comportamentos desviantes. Haverá aqui alguma parcialidade neste blog!?

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  10. @Faísca,

    Havia um professor no IST (o Eng. Barroso) que alertava os alunos do último ano para, no futuro, não caírem numa pecha bem portuguesa.
    Dizia ele (e cito de memória) que «Os portugueses são muito bons a inventar coisas, mas péssimos a acarinhá-las, a dar-lhes seguimento».

    Aparentemente, passa-se o mesmo aqui, um pouco como sucede com os brinquedos que os miúdos recebem e, pouco depois, colocam de lado, enfastiados.

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    Mas também (como em tudo nesta vida...) podemos ver o outro lado do problema:
    No que toca ao estacionamento selvagem, a aliança dos que "fazem", dos que "deixam fazer", dos que "não se importam" e dos que "insultam os que se importam" é tão poderosa que tudo o que aqui se possa fazer é perder tempo, energias e bits.

    Por mim, que moro numa zona onde o caos e a impunidade atingiram níveis impensáveis e nunca vistos (as "avenidas novas" de Lisboa), já quase desisti. Indigno-me aqui ou ali, tiro uma ou outra foto, mas sou olhado como um bicho raro, um "maluquinho do estacionamento".

    Mas Lisboa e a maioria dos seus munícipes têm o que merecem: uma gestão autárquica que, em matéria de estacionamento (e lixo, grafitos, passeios esventrados, etc), deixa a léguas a - também grande - incompetência da gestão do antecessor, o divertido Santana Lopes.

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  11. Embora passe por aqui de vez em quando, também deixei de postar já que não estou para ser insultado por macacóides que pensam que os passeios são para as latas estacionarem quando eles foram exclusivamente concebidos para os peões andarem. Não têm espaço para estacionar à porta de casa? Passem a andar de transportes públicos (mesmo que péssimos) que foi o que tive de fazer por não ter espaço no local onde resido e para onde me mudei há uns anos atrás. Não são os peões que têm de resolver o problema da falta de estacionamento mas quem compra ou possui uma lata para estacionar em locais que, à partida, sabem não ter condições sem infringirem o Código da Estrada, o tal que todos têm de saber quando fazem o exame de código mas que no dia de receberem a "carta", esquecem por completo! Quanto ao "Anónimo" de 09Dez2011-14:19, existem locais onde as passadeiras estão a 50 metros do local onde se pretende atravessar e há peões que atravessam fora dela, é um facto, mas também é um facto que pessoas com dificuldades motoras (sejam elas porque motivo forem) não podem andar 50 metros para a frente e depois 50 metros para trás para atravessarem passadeiras que se encontram obstruídas, todas elas, quase sem excepção, por latas estacionadas em cima delas ou a distância não regulamentada pelo CE e que tira a completa visibilidade a quem pretende atravessar uma rua. Isso dos robalos, da polícia e comportamentos desviantes dos peões é conversa de chacha, demagógica e nem serve de "desculpa" para quem não cumpre as leis deste País, com a completa conivência de quem tem autoridade para fazê-la cumprir. É por mentalidades deste tipo, que Portugal nem daqui a várias gerações terá qualquer avanço civilizacional.

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  12. É verdade Carlos, e os exemplos são mais que muitos, e eu até acrescentaria que, além de não saberem acarinhá-las, ainda se dão ao luxo de estragá-las. É muito típico do português que criou algo de bom, começar a aldrabar e a ajavardar o produto assim que se apercebe que ele começou a ter êxito.
    Passa-se muito isso com as revistas: eu sou fã de fotografia e já conheci várias revistas fotográficas que começaram com óptima qualidade, quer a nível fotográfico quer a nível de artigos e textos. Quando eles começam a ver que a revista começa a ter êxito, a primeira coisa que fazem é aumentar-lhe o preço e depois vem todo o resto de atropelos: atraso no envio das revistas, toneladas de publicidade, desleixo no aspecto gráfico... e passado pouco tempo a revista deixa de vender e o projecto vai à falência.
    Isto passa-se com muitos outros produtos, mas a nossa índole é essa e nada nos fará mudar de opinião, por piores que sejam as experiências.

    Pior que tudo isso, é o eterno comodismo que está sempre presente nestas situações, e já que estamos num blogue sobre a atitude dos condutores, é ver o que se está a passar com as portagens das SCUT. Ninguém mexeu uma palha enquanto havia tempo de mostrar revolta pela injustiça desta cobrança; ninguém, ou muito poucos, levantaram o cu do sofá para participar nas manifestações e mostrar a sua indignação quando era oportuno fazê-lo, mas agora, que a coisa está decidida e já em funcionamento, andam todos revoltados porque chegou a altura de pagarem para circular em estradas que estão mais que pagas com impostos ou com dinheiros que vieram de propósito para a sua construção.

    Não há dúvida de que somos um povo muito acomodado, para não dizer... muito cobarde. E quanto mais para sul, pior!
    Agora que o mal está feito, a melhor forma de mostrarmos a nossa discordância, seria ninguém utilizar essas vias rápidas (SCUT - Sem Custo para o UTilizador), mas estou mesmo a ver que ninguém vai querer circular nas estradas alternativas ainda que isso signifique um pequeno sacrifício em prol de todos. Continuaremos a vociferar nos cafés e pelas esquinas contra as portagens nas SCUT, mas ninguém estará disposto a prescindir da sua utilização porque somos um povo que não é capaz de se unir em defesa dos seus direitos.
    Por isso eu continuo a dizer que, só temos aquilo que merecemos e, no lugar do Governo, eu aumentaria as portagens para o dobro ou o triplo. Podia ser que assim abrissem os olhos e acordassem desta letargia em que vivemos há décadas. Pelos menos, desde a altura em que Guerra Junqueiro escreveu a Pátria (1896).

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  13. @Luís António (Faísca)
    Um dia vamos conversar, vamos... vamos...!

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  14. Pois bem caro Faísca,
    Se o Blog está a morrer muito é por culpa sua, pois foi graças à sua insistência e principalmente por ter exposto publicamente a identidade de um dos poucos activos colaboradores do PL, que o mesmo se afastou.
    Isto porque, para fazer andar uma coisa destas, não basta vir aqui fazer uns comentários e dar umas opiniões de vez em quando, há muito trabalho para fazer, emails para responder, denúncias para publicar, autocolante a distribuir… e esse trabalho é diário e permanente. Pessoas com disponibilidade e abnegação para o fazer não são muitas, aliás o Sr. Faísca, pelo que consta, recusou-se a colaborar dessa forma…
    Quando a «dar mais importância aos imbecis que aqui vinham defender o estacionamento sobre os passeios», relembro que o importante aqui é mudar as mentalidades que precisam de ser mudadas, não enaltecer e polir os egos de quem não pretende mudar nada, mas simplesmente enxovalhar os outros.
    Vc até pode achar que é o «bom da fita», mas garanto-lhe que não é! – o Sr. Faísca é um provocador e desestabilizador; basta fazer uma pequena pesquisa para se constar que não é só aqui que destabiliza – em tudo o que se mete, e onde se mete, provoca distúrbios, divide as pessoas e acaba por deitar abaixo boas ideias e bons movimentos.
    Sei bem que a sua atitude não muda, por isso o PL (e o seu destino) não mudará enquanto o Sr. por aqui andar!
    Cumprimentos,

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  15. @Anónimo 9 de Dezembro de 2011 14:19

    Tens bom remédio. Faz um blog onde denuncias as ilegalidades cometidas pelos peões.

    Agora vires refilar, num blog dedicado à denúncia de ilegalidades cometidas pelos condutores, sobre ilegalidades dos peões... é ridículo.

    Passa bem.

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  16. ...e temos que ver que, normalmente, os peões indisciplinados são aqueles que, como condutores, estacionam selvaticamente!

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  17. Isto só se resolve, não a bem, mas a mal. Isto só se resolve quando todos aqueles que quiserem usar o passeio e não puderem, começarem a partir espelhos e a furar pneus dos carros estacionados em cima dos mesmos. Já nem a policia faz aquilo que lhe compete nem sequer adianta reclamar junto da mesma. Os autocolantes não servem de grande coisa, nem sequer a exposição mediática das viaturas infractoras.

    Ainda há pouco, ao navegar no site da PSP, deparei-me com o serviço de Messenger online, coisa que é rara acontecer. E interpelei o agente do outro lado do ecrã sobre um problema que afecta a rua onde moro. Eis a conversa que se seguiu:

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  18. Peão Indignado diz:
    Boa noite.
    PSP diz:
    boa tarde
    Peão Indignado diz:
    Gostaria de apresentar uma queixa relativa a estacionamento abusivo e ilegal em cima do passeio.
    PSP diz:
    sobre esse assunto deverá contactar o departamento policial da área
    Peão Indignado diz:
    Moro na Rua xxx, no edificio nº.x, em xxx, na zona do xxx. No edificio nº.x mora uma pessoa que se desloca em cadeira de rodas eléctrica. Acontece que o passeio em frente aos nº. x, x, x e x da referida rua está sempre abusiva e ilegalmente ocupado por viaturas nele estacionadas, muitas delas ficando no mesmo local mais de 3 dias seguidos.
    Peão Indignado diz:
    Isto obriga todos os moradores, mas em particular o morador que se desloca na cadeira de rodas a ter que contornar os veiculos pela estrada, sendo que nesta rua o que não falta é estacionamento legal e criado mesmo para esse efeito a qualquer hora do dia.
    Peão Indignado diz:
    No entanto, certos moradores acham-se donos do mundo e estacionam em cima do passeio, mesmo com lugares livres a meros metros de distância.
    Peão Indignado diz:
    Já contactei a divisão de trânsito da minha área de residência, mas a mesma só passou por aqui apenas duas vezes.
    Peão Indignado diz:
    Os infractores continuam a fazer do passeio o seu estacionamento particular.
    Peão Indignado diz:
    A ultima vez que uma viatura da PSP passou aqui na rua e autuou os infractores foi em Março do ano passado. Será possivel efectuar uma vigilância mais apertada a este problema, tendo em consideração o caso particular que mora nesta rua e que necessita do passeio livre para se deslocar em segurança?
    PSP diz:
    se nessa data resultou, deverá contactar novamente, talvez assim a situação possa melhorar
    Peão Indignado diz:
    Então terei que contactar todos as semanas até que se torne hábito dos infractores aprenderem a estacionar como as pessoas normais? Só peço que reencaminhem esta minha queixa, que façam passar a mensagem a quem responsável e que actuem de acordo com a lei.
    PSP diz:
    certo
    Peão Indignado diz:
    Não esquecendo que na Rua xxx mora uma pessoa que, para além das dificuldades motoras com as quais é obrigado a viver, ainda se vê obrigado a colocar a sua vida em perigo porque há quem desrespeite a lei e porque não há, por parte das autoridades competentes, uma fiscalização preventiva nesse sentido.
    Peão Indignado diz:
    Só peço que uma viatura da PSP comece a passar nesta rua, pelo menos, uma vez por dia, para mostrar exemplo.

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  19. A partir daqui não obtive mais resposta. Portanto, depreendo que tenho que ligar do meu telefone todos os dias, todas as semanas, todos os meses para que a policia se decida a agir e cumprir aquele que é o seu serviço e para o qual são pagos. Por todos nós.

    Se até a policia se desmarca de fazer cumprir a lei, ainda para mais num local cuja importância para que a mesma seja cumprida é fundamental para o bem estar de um cidadão com deficiência motora, não admira que haja quem ache normal poder estacionar o seu carro em cima do passeio todos os dias. A policia, afinal, até está do lado deles, porque mais depressa fecham os olhos do que os multam.

    Por isso digo que isto só vai lá a mal. É começar a partir os espelhos retrovisores, é começar a passar a chave na chapa e deixar marcada a nossa revolta, é começar a furar os pneus, isto até que o filho da puta compreenda que, enquanto deixar o carro em cima do passeio, vai ter que largar dinheiro do próprio bolso para o arranjar. Simples.

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  20. Parece-me que o peão indignado quer partir para práticas não aprovadas na lei!? Pelo que percebi quer partir para actos selvagens o que não o diferencía em nada dos condutores que estacionam "selvaticamente". Tem de procurar rever essa atitude.

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  21. Olho por olho, dente por dente. Fogo com fogo se combate. Quem vai à guerra, dá e leva. Se os imbecis não entendem a bem, quem sabe entenderão a mal.

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  22. Peão Indignado...Estás apresentado.

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