Naturalidade preocupante

Lisboa - Rua Actriz Virgínia
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 A foto fala por si: o condutor da carripana (decerto porque "estava a trabalhar!") fez o pisca, subiu o passeio tanto quanto pôde, e empurrou - por assim dizer - os peões para a faixa de rodagem.

Mas o que espanta é a naturalidade com que os peões como os da imagem (serão a maioria?) já aceitam situações destas como inevitáveis - sem, sequer, um resmungo, um olhar ou um comentário de reprovação.

Possivelmente, pouco há a fazer, até porque a "Santa Aliança" entre as duas cambadas (a dos que "fazem" e a dos que "deixam" fazer") continua a dar sobejas mostras de ser imparável, imbatível e - o que é pior - completamente impune.

11 comentários:

  1. O pior de tudo é que a Santa Aliança não conta apenas com duas cambadas mas sim com três! A 3ª é constituída por todos nós enquanto peões! Não tenhamos dúvida de que também somos culpados, pois olhamos diariamente para estas situações e, cobardemente, ficamos calados. Aliás, como fazemos em todo o resto!

    Digamos então que, estamos bem uns para os outros, e no fim de contas não merecemos melhor!

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  2. Da mesma forma que os animais que já nasceram em cativeiro podem não ansiar pela liberdade, também as pessoas que sempre conheceram este regime de caos e impunidade podem não ser sensíveis a este problema.

    Em Lisboa, desde os remotos tempos do Eng.º Abecassis que não há combate - eficaz, entenda-se - ao estacionamento selvagem.
    E o problema não é apenas autárquico, pois a PSP (que depende do Governo) também se demitiu dessas funções.

    Por outro lado, é frequente que os "prejudicados" sejam também "prejudicadores".
    Não é impossível que os peões que aqui vemos tenham, por sua vez, deixado o carro a estorvar outros...

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  3. A 3ª. cambada que menciona o Anónimo 29/9/2011|17:20, que somos todos nós, parte dela não refila porque como disse o eng. Medina Ribeiro, é constituída por prejudicados que são também prejudicadores. Mas como essa franja de cambada já nasceu num regime caótico, sem lei aparente, sem que lhes exijam o cumprimento das leis que tiveram de decorar (Código da Estrada) para terem o cartãozinho para poderem circular na estrada (e nos passeios), sentem-se todos ofendidos quando alguém reivindica o direito de circular pelos passeios e estes encontram-se conspurcados por latas com 4 rodas. E depois ainda existem os familiares desses prejudicadores que não piam porque o filho, o irmão, o neto, o primo, utiliza o passeio como local de estacionamento privativo. E depois ainda existem os(as) aparvalhados(as) que dizem que não existe espaço para estacionar... tem de ser em cima do passeio, como se os peões fossem obrigados a resolver o problema de falta de estacionamento... Não há forma de dar a volta a isto senão pela força, mas como isso tira votos à cambada do costume... deixa andar!

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  4. Um dos casos mais flagrantes (porque comuns) da ignorância do Código da Estrada tem a ver com a utilização indevida dos 4 piscas, que por cá é usado com o sentido de "Venho já", ou "É só um minutinho!".
    A coima mínima correspondente a esse procedimento é de 60 euros.

    E mais: como, em geral, esse expediente é usado por condutores que estacionam em infracção, as multas são a somar.
    O facto de não serem aplicadas é outra história, e está ligada à história do nosso atraso civilizacional e cívico.

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  5. Como diz o Franck (e muito bem) "não há forma de dar a volta a isto senão pela força...".
    O problema é que essa "força" só pode ser usada por duas entidades: as autoridades competentes, e os próprios prejudicados (os peões).
    Acontece que as autoridades competentes, há muito que se demitiram de tal função (é vê-los passar nas viaturas da polícia, por ruas atafulhadas de carros em cima do passeio e olharem para o lado, como se nada fosse com eles) e quanto aos peões, aconselho o Franck a nem mencionar aqui tal ideia, sob pena de ver os seus comentários censurados ou de lhe cortarem o pio. Não era o primeiro a quem tal acontecia! É que, para além das 3 "cambadas" já mencionadas, ainda temos que contar com a oposição de alguns "moderadores"!

    Sendo assim, resta-nos ficarmos de bico calado para não melindrar a sensibilidade de quem nos rouba diariamente a liberdade de circular sobre os passeios e... silenciosamente, deslocarmo-nos pela faixa de rodagem. Se formos atropelados, ainda vão alegar que os culpados fomos nós porque estávamos a circular pela estrada e não pelo passeio!

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  6. O primeiro comentário diz tudo. O português é o povo mais covarde que conheço. Adora falar mal de tudo (mas às escondidas), mas quando é a sério e tem oportunidade de o fazer abertamente, mete o rabinho entre as pernas. País de palhaços covardes.

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  7. Anónimo 3 de Outubro de 2011 00:08: Se quer a colaboração dos seus concidadãos que ainda se preocupam com o estacionamento selvagem para ajudar a resolver o problema, não me parece que a melhor forma de o conseguir seja começar por insultá-los. Nem todos podemos ser tão corajosos e sérios como você. Fazer comentários sob anonimato também não me parece um grande exemplo de coragem e frontalidade .

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  8. Eu também não compreendo como é que, tantos anos depois do 25 de Abril, ainda há tanta gente a refugiar-se no anonimato - mesmo quando se exprime em termos correctos e defende causas justas!

    Em casos como os que justificam a existência deste blogue, quem tem de ter medo são os infractores - e não aqueles que, como nós, denunciam os seus actos.

    E também não faz mal nenhum que tenham "algum medo" os polícias e fiscais, nos casos em que, ostensivamente, se demitem das suas funções (ou "fecham os olhos").

    É por isso que é de louvar quando as fotos indicam local, data e hora. Isso quer dizer que é possível pedir contas a quem devia punir os infractores e - possivelmente - não o faz porque não quer.

    Esses fiscais e agentes (cujo ordenado pagamos pontualmente) têm que, pura e simplesmente, ser metidos na ordem e, no limite, postos no olho da rua - quanto mais não seja a bem da redução do défice...

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  9. "Paulo", qualquer um pode chegar aqui e escrever um nome qualquer. Você é tão anónimo como o das 0:08.
    Além disso, penso que ele se estava a referir aos que em vez de reclamarem, colocam o rabinho entre as pernas e passam pela estrada murmurando como se isso resolvesse algo ou chegam a casa e desabafam como se isso tb resolvesse alguma coisa. Não esqueça que grande parte dos peões tb é condutor e para eles isto é perfeitamente normal.

    Grande confusão faz-me ver os próprios deficientes fisicos fazerem isto enquanto condutores ou mães/pais com crianças pequenas tb.

    Concordo que somos um país de covardes tanto pela maneira como agimos, desrespeitando o próximo, pela forma como ficamos calados perante estas situações (com a excecão devida de alguns, claro). E os maiores covardes são aqueles que deveriam punir estas situações e não o fazem.

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  10. Meu caro Carlos M. Ribeiro, tem toda a razão quanto ao anonimato. Durante muuuuuito tempo fui, várias vezes, aqui insultado por me insurgir contra o anonimato neste blogue. Muito raramente compreenderam que a utilização de um pseudónimo ou do próprio nome, não implica a devassa da identidade de ninguém. Num blogue como este (como aliás em tudo na internet) tanto faz que eu me intitule como Calhau, Peão, Luís, Medina, Faísca, Osga, Lagarto, etc. pois isso não identifica a pessoa em questão, mas serve apenas para que saibamos a quem nos estamos a referir cada vez que queremos comentar alguma intervenção sem termos que andar à procura do dia e da hora a que o Anónimo fez tal intervenção.
    Além disso, e como referi dezenas e dezenas de vezes, o anonimato serve perfeitamente para dizermos hoje uma coisa e amanhã outra completamente diferente, conforme as conveniências. Se o Carlos, utilizando o seu nome ou um simples pseudónimo, vier amanhã dizer que é a favor do anonimato (e sei que não o fará porque tenho acompanhado os seus comentários e a coerência dos mesmos) qualquer um de nós poderá apontar-lhe o dedo e dizer-lhe que ainda ontem era contra o anonimato; mas se tal procedimento for feito por um anónimo, este pode mudar de ideias a cada intervenção pois não há maneira de referenciá-lo (anónimos são aos milhares).

    Agora, o Carlos poderá perguntar-me porque razão estou também eu, a utilizar o anonimato. Bem, porque no PL existe (ou existiu) um moderador que também fazia intervenções anonimamente e que não gostava de ser contrariado. Por isso embirrou comigo e passou a censurar todas as minhas intervenções. Provavelmente nem as lia, mas assim que via o meu pseudónimo, bloqueava-as imediatamente.
    É provável que já tenham corrido com esse senhor, uma vez que aceitaram os meus dois anteriores comentários deste tópico (29 Setembro 2011 17:20 e 2 de Outubro 2011 16:40, este em reposta ao Franck). Das duas, três: ou os meus comentários não passaram pelo lápis censor do tal "moderador", ou ele não me reconheceu... como "Anónimo", ou o PL chegou à conclusão de que o senhor estava a prestar um mau serviço ao blogue.

    Seria uma boa notícia para todos os intervenientes deste blogue, e a possibilidade de eu deixar o anonimato, mas... veremos!

    Um abraço, e continue com a sua/nossa luta!

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  11. De facto, a internet permite que se inventem tantas identidades quantas as que se quiserem.

    Em princípio, e mais javardice menos javardice, isso não é grave. Porém, no caso de haver procedimento legal contra o autor dos textos, ele vai recair no(s) "dono(s)" do blogue - e isso não é bonito...

    No meu caso, basta clicar na imagem que afixo para se ter acesso ao meu perfil - onde, além do nome, se fica a saber o endereço de e-mail, a data de nascimento,etc. E até a morada e números de telefone se podem obter consultando a lista telefónica.
    Até agora, isso nunca me criou quaisquer problemas. Mesmo quando escrevo para a EMEL ou para a PM faço-o com a identificação necessária.

    O mais importante é ter sempre presente que quem tem de ter medo são os infractores e não nós. Eles é que, por muito que berrem e ameacem, podem ser multados (no caso dos condutores) ou perderem o emprego (no caso dos fiscais-da-treta).
    Na actual situação política, um fiscal que seja alvo de queixas sistemáticas (por não actuar quando deve) pode estar em maus lençóis. Muitos deles devem ser "precários", e sabem que a vida não está para andar a brincar com certas coisas.

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