Profissionais...


Este também deve ser dos que dizem «Estaciono no passeio porque não há lugares!»

À atenção dos "outros ceguinhos" cujo ordenado pagamos para não ter de ver cenas destas



Está muito na moda a esperteza-saloia que consiste em deixar o carro em cima do passeio, mas "apontado" para a entrada de um prédio.
No caso da imagem de cima, vê-se ainda uma mota que ajuda a bloquear o pouco espaço que é deixado aos peões que por aqui têm de passar - entre eles este cego que, depois de se desenvencilhar do Mercedes,  ainda foi tropeçar no canteiro da árvore, nas cadeiras de uma esplanada, etc.
Como muito bem sabe quem conhece a zona, esperavam-no ainda inúmeros outros obstáculos  (uns mais absurdos do que outros) - mas isso é outra história...

CUMPRIMOS


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O que dizer...









«Passeio totalmente invadido, placa que pede para não danificar o jardim destruída. A educação vem dos nossos pais, e estes são peritos nisso. Este é o passeio em frente da Escola Nova Apostólica em Carcavelos, que serve de estacionamento para os papás que levam os filhos à escola.

ps: não acham a cena assustadoramente parecida com um determinado autocolante amarelo??»
Contribuição de um leitor


sem comentários!


Um em-BUS-te?



ESTAS três fotos foram tiradas na passada sexta-feira, na Av. da República, em Lisboa, e com pouco tempo de intervalo.

Ora, se em termos de "Passeio Livre" as duas de baixo são mais ilucidativas do que a de cima, esta não lhes fica atrás em termos de documentação da impunidade que impera naquela zona:
Repare-se que se trata de uma artéria com uma única faixa - e, mesmo essa (pelo menos a crer no que se lê no pavimento...), exclusiva para transportes públicos. Ou seja: salvo melhor opinião, nenhum daqueles carros deveria - sequer - ali estar. Ou há alguma coisa escondida por detrás desta bizarria - que explique a calma das personagens que se vêem na foto?

Destruição de património público


Caros senhores,

Aqui vos envio mais umas fotos muito reveladoras do desprezo que os automobilistas e autarcas mostram pelos seus semelhantes.
(...)


Estacionamento selvagem nos passeios acabados de construir no âmbito do Programa Polis na Costa de Caparica. Destruição de património público com "permissão" inconcebível por parte das autoridades policias na execução deste crime.









Marca Amarela em Carcavelos

Um e-mail de um leitor para a Policia Municipal de Cascais:
--------
Bom dia,

moro ao cimo da Rua Quinta da Vinha e todos os dias sou deparado ao sair de casa com vários veículos em cima do passeio. Para além de existirem vagas no estacionamento mais abaixo, o passeio está cada vez mais danificado e atrapalha imenso para quem como eu desloca um carrinho de bebé e mais uma criança. Solicito que os mesmos veículos sejam autuados, pois tive oportunidade de falar com um dos prevaricadores e o que recebi foi uma resposta agressiva com um "dê a volta".

Fico à espera de uma resolução,
CV

---------

Passado três meses e sem resultado tornou a escrever, com duas fotografias:

---------
Na ausência de actuação da autoridade na Rua Quinta da Vinha (Carcavelos), haja alguém que felizmente se preocupa. Pelo menos podemos contar com estas pessoas, já que a polícia não faz a sua obrigação.

Obrigado por nada meus caros senhores representantes da "autoridade".

ps: se se derem ao trabalho de ver todo o corpo do email, a primeira mensagem foi enviada a 21 de Abril. Um mês e meio depois, nada da vossa parte, apenas respostas meramente protelatórias para encher...




Não há ninguém interessado em comprar...


Este é um email fora do habitual, mas demonstra claramente o espírito egocêntrico de quem estaciona indevidamente. Li no jornal da região que a Câmara de Oeiras vai construir um estacionamento vertical em Paço de Arcos com 6 andares para 151 lugares. Tal notícia seria fonte de rejubilo entre quem não tem onde estacionar, mas não o foi e porquê? Porque os lugares serão pagos, e é claro que o Zé prefere parar em cima do passeio do que se portar civilizadamente e colocar o seu carrinho num lugar destinado a isso. E depois ainda vêm dizer que não há lugares...

Ora leiam: “....um parque desta dimensão com151 lugares para o boneco”, lamenta Miguel Martins, ali residente há 30 anos. “Não há ninguém interessado em comprar”, garante, apesar de concordar que o estacionamento é um problema na zona."

E esta gema de um autarca do PSD: "...Quem realmente precisa do lugar não tem capacidade para o comprar". Pois, quem não tem dinheiro não tem vícios meu caro.

Agora, claro, vão responder os que defendem que o estacionamento é um direito.... Claro que é...... assim como a gasolina, os pneus, as revisões, a circulação em auto-estradas.... é tudo de borla neste mundo.

Extractos do Jornal da Região Oeiras nº 174

CAV

Uma opinião sobre o debate no São jorge

Tendo recebido o vosso convite, desloquei-me hoje ao S. Jorge, na esperança de encontrar um verdadeiro debate.

Como sou firme defensor da democracia participativa, não posso deixar de louvar qualquer iniciativa que promova debate, a fortiori debate entre cidadãos e representantes de forças políticas, candidatos às eleições autárquicas, salvo erro um deles também deputado à Assembleia.

Dispus-me, pois, a ouvir, e tinha preparado uma intervenção em três pontos. Por razões completamente alheias à vossa vontade, as intervenções dos representantes dos partidos azedaram, a tal ponto que algumas das pessoas presentes saíram da sala, e eu estive quase a fazer o mesmo nessa ocasião.

Mas fiquei. Esperei pelo início do "debate". Depressa realizei que não ia haver debate, mas sim perguntas, curtas e dirigidas a cada um dos membros da mesa.
Às primeiras respostas, ficou claro que o debate prosseguia, mas na mesa, através dos confrontos partidários. Perdi a paciência e saí, muito enervado.

Não sei até que ponto o modelo das sessão seguido pelo moderador foi da vossa lavra, de sua iniciativa, ou imposto pelos membros da mesa. O certo é que, tendo vivido 20 nos no estrangeiro, nunca vi tal coisa!

Como não vos posso nem quero imputar qualquer responsabilidade pelo sucedido, e eu próprio reconheço que, se não fosse ter-me enervado, até talvez pudesse ter feito a minha intervenção, resolvi enviar-vos esta mensagem, principalmente por achar que tratando-se de um problema que vocês sentem certamente de forma mais aguda, mas que diz respeito a toda a gente, não adianta degladiar-nos, mas sim procurar soluções em conjunto.

Eis, por conseguinte, o que pretendia ter referido na minha intervenção.

Ponto prévio: sou fortemente a favor da bicileta. Vivi 20 anos na Bélgica, sempre tive bicicleta e utilizei-a extensamente. Agora, com 53 anos, não posso andar de bicicleta devido a problemas nas costas e uma fractura no pulso. Por conseguinte, utilizo vários meios de transporte. A pé, transportes públicos, automóvel. Consoante as necessidades, os horários, os percursos.

Primeiro ponto, a questão ética. Custa-me muito que num país democrático, embora seja perfeitamente legítimo que grupos de cidadãos se formem para defender interesses que são comuns ao grupo, se estabeleçam dicotomias do género "pessoas e carros". Dicotomia aliás utilizada várias vezes pelo actual Presidente da CML. Acontece que esta "coisificação" dos automobilistas, que os exclui da categoria de "pessoas", não só é incorrecta, mas muito perversa, e frisa o fascismo. Trata-se, a meu ver, de uma discriminação inaceitável, não só por lhes negar o estatuto de pessoas, mas porque pretende demonizá-los de duas maneiras. Primeiro, atribui-lhes uma espécie de culpa generalizada por todos os malefícios que atingem a mobilidade dos peões. E depois, parte do princípio de que os automobilistas têm escolha, e que só não andam a pé, de bicicleta ou de transporte público porque não querem. Ora, não só isto é inteiramente falso, como é ainda revelador de uma outra discriminação, aquela que atribui inteira legitimidade às necessidades de deslocação dos peões, e a nega às dos automobilistas. Falemos, por favor, de "peões e automobilistas", em vez de "pessoas e carros", OK?

Em segundo lugar, a questão da legalidade. Naturalmente que qualquer pessoa de boa fé não vos pode negar razão neste ponto. Os carros não devem estar em cima dos passeios e das passadeiras nem obstruir a passagem quer de peões quer dos outros automobilistas. Porém, sejamos equitativos. Se se pretende a aplicação estrita da Lei, então TODOS temos de a respeitar. Como sabeis, em Portugal muito poucos peões respeitam os semáforos ou as passadeiras! Os motociclistas andam a mais de 100 à hora dentro da cidade, fazem ultrapassagens pela direita e no meio do tráfego, e as próprias bicicletas não respeitam nada, como se o código da estrada não lhes dissesse respeito. Foi, aliás, muito interessante, ler na brochura que vocês distribuiram intitulada "A Jingla nº1", a vossa apologia deste desrespeito, quer em relação ao capacete, quer aos sinais!!! Tenham tento. Na Bélgica e na Holanda, não só os sinais têm de ser respeitados pelos ciclistas, como o uso do capacete é obrigatório, e é também obrigatório fazer com a mão os sinais de mudança de direcção. Um ciclista não pode usar uma passadeira de peões montado na bicicleta. Até os peões podem ser multados. Eu fui, por não atravessar na passadeira. Só se pode atravessar fora da passadeira se ela estiver a mais de 25 metros! Se querem fazer denúncias à Polícia e que os automobilistas sejam multados, vocês deviam assumir as mesmas responsabilidades. Ou não?

Em terceiro e por último, as soluções. Foi referido por Heitor de Sousa e por Nunes da Silva o essencial da questão; não sei se posteriormente à minha saída aprofundaram o assunto. Mas, é óvio que a Gestão e Ordenamento do Território constitui a solução, não o Estado Fascistóide-Repressivo! A Cidade é um espaço comum com múltiplos utilizadores, cada um com as suas necessidades. E temos de partir do princípio, em Democracia, que todas elas são legítimas! Ora, deste modo, o que faz sentido é em primeiro lugar procurar saber o que faz com que as pessoas tenham necessidade de se deslocar. Dou-vos uma dica: enquanto o Concelho de Oeiras favoreceu nos últimos 30 anos a implantação de fábricas e de escritórios, o de Almada, por exemplo, ou o de Loures, quase não o fizeram. As zonas de lazer ou de comércio de Lisboa concentram-se ao longo dos mesmos eixos que constituem as principais artérias de comunicação, e o crescimento desenfreado de cidades-dormitório, com facilidade de acesso ao Centro atraem muitos milhares de pessoas para os mesmos locais. Muito recentemente, a Simonetta Luz Afonso e o manuel Salgado aperceberam-e de que a cidade deve ser gerida de acordo com o princípio do "Desenvolvimento integrado" que já existe há 35 anos e que as autoridades e os responsáveis têm sempre ignorado. É necessária uma política de solos coerente, e é necessária uma gestão cooperativa, mas centralizada dos Concelhos que compõem a área metropolitana. Só assim é que se pode esperar que daqui a 10, 15, 20 anos, existam nas proximidades dos locais de habitação, todas as funções urbanas que permitam reduzir as deslocações. Então poder-se-há andar livremente a pé ou de bicileta e ir trabalhar, fazer compras ou encontrar diversão num raio de 1 ou 2 quilómetros à volta de casa.

Até lá, em vez da repressão e do ódio, proponho que também vocês façam pressão para que sejam adoptadas, por exemplo, políticas como as biciletas de Paris (onde, não sei se sabem, a autarquia não dispendeu um cêntimo pois fez um acordo com a JCDecaux), ou Barcelona, onde além disso o Metro circula toda a noite aos fins-de-semana, reduzindo deste modo os acidentes devido ao álcool mas também o número de carros que circulam.

Pois, se se oferecer transportes alternativos às pessoas que têm NECESSIDADE de utilizar o automóvel para certos percursos, haverá menos dificuldade em estacionar e menos carros nos passeios, NÃO VOS PARECE? Se, por exemplo, passar a haver supermercados abertos até mais tarde ou mais mercados ou mini-mercados, quem tem de trabalhar e chega tarde a casa não precisa do carro para ir a correr fazer compras ao outro lado da cidade antes de vir para casa, por exemplo!

Por favor, dediquem-se a fazer pressão para políticas de facilitação, que sejam do interesse de TODOS, em vez de quererem fazer uma guerra disparatada e inútil.

Obrigado e fiquem bem.
JSM
Lisboa

A Colina do Castelo

Porque razão há tanto estacionamento selvagem dentro de uma Zona de Acesso Condicionado como a da Colina do Castelo?



Em virtude de se deixar entrar mais veículos automóveis do que o número de lugares de estacionamento disponíveis o resultado é o que mostram as duas fotografias tiradas hoje. O espaço público do bairro é diariamente violado pelos proprietários de automóveis.

A segurança dos peões do Bairro está muito fragilizada. O estacionamento em cima de passeios e passadeiras não para de aumentar. Os peões pouco mais podem fazer do que assistirem à usurpação do seu espaço e à destruição da sua segurança.


Já protestei diversas vezes pela falta de fiscalização do estacionamento nos arruamentos da "Zona de Acesso Controlado" mas nem a Emel nem a Polícia Municipal tomam acções relevantes. A CML e a Junta de Freguesia recusaram até hoje a instalação de pilaretes nos locais mais críticos.

Apenas a título de exemplo, envio fotografias de dois veículos que regularmente vejo estacionados em cima de passeios e passadeiras - por vezes durante 8 DIAS. Se houvesse fiscalização por parte da EMEL, ou da Polícia Municipal, estes automobilistas não repetiriam estas contra-ordenações graves.



Obrigado.



Com os melhores cumprimentos,

MJS

À porta de uma escola



Exmo. Senhor Presidente da Câmara de Lisboa:

Venho por este meio alertá-lo para as passadeiras da ESCOLA DAS OLAIAS.

A imagem que envio mostra o cruzamento da R. Prof. Mira Fernandes com a R. Dr. Faria Vasconcelos.

Pergunto-lhe: os alunos, os idosos a caminho da Farmácia, pais com carrinhos de bébé, por onde devem circular?

Na estrada? Devemos encolher a barriga e levantar os sacos das compras por entre os carros?

Ou simplesmente descer ou subir a rua sempre no meio da estrada?

Que segurança é esta para os peões?

Devemos tolerar os automobilistas sem respeito pelos direitos elementares das pessoas?

Por favor, pedimos-lhe que mande instalar pilaretes em toda a curva destes passeios.

A Junta de Freguesia do Beato tem vindo a ser alertada para este problema desde 2007.

Apesar disso, RECUSA colocar os pilaretes argumentando que há falta de espaço para os carros.

Pergunto-lhe: e a falta de espaço para os peões é argumento menos importante?

A selvajaria irá continuar à porta desta escola de Lisboa até que um dia um aluno seja atropelado?



Agradeçendo toda atenção dispensada, apresento os meus melhores cumprimentos,

LAS

Custo Zero


Um exemplar do livro «Grandes Invenções» (de Egon Larsen) será enviado ao primeiro leitor que explique o porquê da diferença entre estas duas situações (em termos de Passeio Livre, evidentemente).
As fotos foram tiradas no mesmo dia da semana, sensivelmente à mesma hora, e, embora de ângulos diferentes, reportam-se ao mesmo local.
-oOo-
Actualização: tem alguma razão de ser a observação do leitor que se queixa da atenção - a seu ver exagerada - dada a este pequeno paraíso do estacionamento selvagem. Mas o motivo que levou a fazê-lo explica-se facilmente:

Como se sabe, e mesmo que as autoridades actuem, dificilmente o conseguirão fazer com a frequência necessária para que a punição se converta em dissuasão. Até ver, só um impedimento físico (pilarete ou equivalente) é que consegue evitar, a 100%, o estacionamento em cima dos passeios.
E foi para o provar que um nosso leitor colocou, já há vários dias, o velho pino que se vê na foto de baixo e que, dentro das suas modestas possibilidades, tem conseguido resultados infinitamente melhores (e a custo zero...) do que uma legião de agentes policiais e fiscais da EMEL.

Assim sendo, entendeu-se que a iniciativa devia ser divulgada antes que alguém tirasse de lá o precioso objecto, até porque poderá servir de sugestão (e encorajamento) para que a acção seja repetida noutros locais onde o mesmo problema se coloca. Um bom tema de discussão, aliás.

Notícias

Para quem se preocupa com Lisboa está disponível a aplicação Na Minha Rua.

Torna-se mais simples participar na gestão da cidade através deste portal. Nesta aplicação o munícipe acede a um mapa da cidade onde poderá assinalar o local exacto de uma ocorrência na via pública que necessite da intervenção da Câmara Municipal de Lisboa.

As ocorrências assinaladas serão automaticamente encaminhadas para os serviços municipais competentes tendo em vista a sua correcção. No portal ficará visível o ponto que assinalou bem como o seu estado de resolução.

Este portal Na Minha Rua insere-se no conjunto de medidas previsto no programa SimpLis, o Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa, alargado às Autarquias Locais. Que, entre outros objectivos, visa dotar o site municipal de mecanismos que permitam aos cidadãos reportar problemas ocorridos no espaço público.
In cm-lisboa.pt (via)



Portal do Cidadão lançou também para alguns municípios (para já Arganil, Borba, Évora, Murça, Ovar, Pombal e Portalegre) um projecto piloto semelhante: intitula-se..ermmm... A MINHA RUA


Duas excelentes oportunidades para reportar casos de estacionamento crónico sobre o passeio. E não só!


Ocorreu a semana passada em Nova Iorque a conferência mundial WALK21 com a presença de cerca de 600 pessoas:

Évora, património mundial

Antes de mais, gostaria de felicitá-lo pelo blog. Envio em anexo duas fotografias da mesma rua em Évora. Não sei o que é pior nas duas situações se são os carros estacionados no passeio ou os automóveis estacionados nos lugares reservados para as ambulâncias. Chego à seguinte conclusão: em Évora não se pode andar a pé nem ficar doente.







Há alguns dias enviei umas imagens de Évora, onde eu comentava que em Évora não se pode andar a pé nem ficar doente. Este filme foi feito dentro do Centro Histórico e agora comento: não se pode andar a pé e pelos visto não se pode andar de carro!

Morei uns quantos anos em Espanha...

Recebemos este testemunho de um leitor:

Morei uns quantos anos em Espanha, e quando lá cheguei devo confessar que também estacionava em cima dos passeios e onde me era mais próximo e cómodo, à boa moda portuguesa. Depois de me terem rebocado o carro 2 vezes, ambas menos de 2 horas após ter estacionado indevidamente, aprendi a minha lição e aprendi a ver que lá é realmente raríssimo ver um carro em cima do passeio.

Com o decorrer do tempo habituei-me "mal" ao facto de não existirem carros nos passeios, e agora que voltei para Portugal tenho uma grande dificuldade em conviver com esses carros mal estacionados, pois parece-me duma falta de respeito incrível.

Creio que sou um exemplo vivo que efectivamente podemos mudar a nossa mentalidade e a nossa visão dum cenário, ainda que já estejamos muito habituados a ele.

Actualmente não estaciono NUNCA em cima de passeios, passadeiras, e outros locais onde o meu carro possa estorvar a livre circulação de peões, ainda que por vezes tenha de andar mais um pouco (ou muito) para chegar ao meu destino. Afinal, a responsabilidade é minha!

A opinião da actual vereadora Helena Roseta sobre o estacionamento

Nota: estas questões foram colocados aos principais grupos partidários de Lisboa.

1. Aceita o estacionamento ilegal sobre os passeios?

Não aceito. Os Cidadãos por Lisboa fizeram aprovar na CML uma deliberação sobre a Carta Municipal dos Direitos dos Peões. E o primeiro direito dos peões é o direito ao passeio. Mas como todos os direitos tem de ser conquistado.

2. Considera que existem circunstâncias em que é tolerável?

Em princípio não. Se há espaço para estacionar e para circularem peões, é preferível diferenciar o pavimento e delimitar o espaço de uns e outros.

3. Gostaria que mencionasse uma lista de medidas muito concretas que tenciona implementar, se vencer as eleições, para eliminar o estacionamento sobre os passeios.

Disciplina e fiscalização, por um lado, criação de estacionamento residente em estrutura própria (silo, subterrâneo, etc) por outro. E protecção da zona pedonal com barreiras anti-automóvel. Acrescento: apoio a campanhas de defesa dos direitos do peão. Lisboa é das cidades onde morrem mais peões em acidentes de tráfego.

4. Quer anunciar uma meta, ou desejo mensurável, relativamente a este assunto e que pretende atingir até ao fim do seu primeiro ano de mandato?

O pelouro da mobilidade não será o meu. Mas é preciso articular a acção da EMEL com a da CML. A EMEL não pode andar em roda livre.

5. O que pretende fazer para combater a inoperância da Polícia Municipal que muito se esforça para não ver as situações de estacionamento ilegal?

A competência de trânsito não é da PM. É uma das competências que temos de exigir do Governo.

6. Como pode a Polícia Municipal queixar-se de falta de meios se aqueles que existem não fazem o seu trabalho?

Remeto para a resposta anterior.

Helena Roseta

Qual o lugar dos peões num debate sobre o lugar dos peões em Lisboa?

No passado dia 30 de Setembro teve lugar em Lisboa, no foyer do cinema S. Jorge, entre as 18h15 e as 20h30, um debate sob o tema "Que lugar para o peão em Lisboa?", que contou com a moderação do José Vítor Malheiros e com a participação de representantes de 4 das principais listas candidatas à Câmara Municipal de Lisboa:

  • Fernando Nunes da Silva, professor catedrático do IST, especialista em mobilidade e que ocupa o 8º lugar à Câmara na candidatura “Unir Lisboa” (PS com 'Cidadãos por Lisboa')

  • António Carlos Monteiro, deputado à AR pelo CDS-PP no distrito de Lisboa, foi presidente da EMEL entre 2002 e 2005 e foi ainda vereador da CML com o Pelouro do Trânsito e do Espaço Público. Ocupa o 4º lugar na candidatura à Câmara pela lista “Lisboa com Sentido” (PSD com CDS-PP, MPT e PPM)

  • Carlos Moura, engenheiro do ambiente, ex-dirigente da Quercus e 4º candidato à Câmara pela lista da CDU

  • Heitor de Sousa, economista na Carris, deputado Municipal em Lisboa e recém-eleito deputado à AR pelo BE no distrito de Leiria. É o nº2 à lista da Assembleia Municipal pelo BE

O debate pode ser ouvido integralmente (2h11min) aqui:



.............................................................................................................

Para quem pretender um apanhado rápido do sumo do debate:

Lisboa com Sentido

  • defendeu que se devia conciliar meios de transporte
  • prioridade ao peão
  • fala de bloqueadores da AMEL, lançados pelo Santana
  • defende criação da polícia da mobilidade

CDU

  • pilaretes não deveria ser solução
  • disciplinar o trânsito é apenas um detalhe dos problemas do peão - carros a mais é o problema
  • transportes públicos têm que ser melhores
  • mobiliário urbano

BE

  • para acabar com os carros no passeio deve fazer-se ruas pedonais (??? ele repetiu, nao fui eu que percebi mal)
  • há carros no centro porque a CML os atrai para fazer negócio com os parques de estacionamento
  • a CML continua a fazer disso negócio cada vez mais
  • os semáforos que existem são feitos a pensar nos carros
  • devia gastar-se dinheiro em cronómetros nos semáforos em vez de radares de velocidade

Unir Lisboa

  • critica a empresa privada (?? o "M" significa municipal, mas enfim) EMEL pelos poderes que tem
  • críticas às CML's anteriores sem nada a ver com os peões, principalmente gestão do estacionamento
  • falou na importância dada aos riscos nos carros ao estacionar, para mostrar a importância do pópó para o portuga
  • alguns estacionamentos subterrâneos são um "assalto à mão armada" em termos de preço... (deve estar a comparar com os preços africanos)

Lisboa com Sentido

  • nós fizemos muito estacionamento
  • libertar espaço para peão, logo mais túneis
  • críticas laterais ao PS

CDU

  • entrou na discussão partidária

BE

  • discussão partidária sobre estacionamento

Unir Lisboa e Lisboa com Sentido

  • discussão pessoal de baixo nível

RESPOSTAS A PERGUNTAS DA AUDIÊNCIA

Unir Lisboa

  • propõe barnes dance/pedestrian scramble/all red (situação onde todos
  • os semáforos estão verdes para os peões)
  • os túneis que foram feitos não resolveram os problemas dos tempos de
    atravessamento dos peões

CDU

  • criticou o debate por ter sido centrado no automóvel
  • diz que muitas soluções são consensuais há anos, mas nada acontece por interesses privados

BE

  • tudo é mau porque tudo é negócio (bicicletas públicas, estacionamento, publicidade)
.............................................................................................................

Esperamos poder publicar brevemente um índice do áudio e um sumário mais elaborado.

Relatos/comentários de bloggers:

Spotmeter 98
Bananalogic
Spectrum

Relatos nos media:

TSF
TimeOut:

O dilema do escuteiro



ESTAS FOTOS, tiradas há um par de dias numa povoação algarvia (onde esta situação é a regra e não a excepção - não havendo, sequer, a desculpa de que "é só no Verão"), não teriam, por si só, nada de novo se não se desse um facto insólito:

Nessa terra (e tanto quanto foi possível apurar falando com bastante gente), parece existir uma perfeita identidade de interesses e entre prejudicadores e prejudicados que faz com que a situação, além de não chocar ninguém, satisfaça a todos - peões, automobilistas, comerciantes, autarcas e autoridades!

Fica, pois, a questão: valerá a pena, em casos destes, gastar tempo, pachorra, bits e autocolantes a defender peões que não querem ser defendidos - como na história do escuteiro que quer obrigar a velhinha a atravessar a rua, mesmo contra a vontade dela?

Dia Sem Carros no Passeio



A Associação de Pais da EB1 nº 1 de Alcochete (ainda conhecida pelo seu antigo nome de escola primária do Monte Novo) decidiu, com o apoio dos professores e alunos da escola, comemorar a Semana da Mobilidade colocando vasos na estrada, junto ao passeio. O objectivo (conseguido nesse dia) foi o de impedir o estacionamento de carros no passeio defronte ao portão da escola. Estacionamento que, à semelhança do que acontece no resto do país é normalmente efectuado em cima do passeio por alguns dos pais de alunos. Reparem no pormenor, que consideramos muito importante: os vasos foram colocados na estrada, junto ao lancil do passeio e não no passeio. Além dos vasos, cada turma escolheu uma frase alusiva ao tema. Depois cada aluno de cada turma desenhava e pintava uma letra da frase. E depois essas letras foram penduradas na rede da escola.


Publicamos esta notícia porque nos inspira e gostaríamos que inspirasse outros pais, professores e alunos em milhares de escolas por todo o país! Um conjunto de pessoas empenhados nesta acção, sem experiência nem contactos com órgãos de comunicação social para se fazer a devida divulgação do evento pode chamar a atenção das atitudes de alguns condutores. Os pais acharam graça à ideia, mas no dia seguinte os mesmos do costume continuaram a agir como... de costume. Uma ideia que resulta, mesmo que seja por um dia, pode e deve ser copiada por todos e se possível melhorada.



Precisamos de ideias para divulgar esta iniciativa!

Carrinhos de bebés na Grande Alface

«E lá na Grande Alface, decidimos os senhores de Pinheiro levar o Rititi Boy da Estrela até ao Chiado, empurrando carrinho que é como se passeiam os bebés desde que o mundo ficou motorizado. Ah, que grandes aventuras que gostamos nós de viver! Porque uma coisa é Madrid, uma cidade com passeios largos e mentalidade europeia e outra bem diferente é a nossa querida Lisboa, tão decadente, tão luminosa e tão desconfortável para o caminhante.

Mas comecemos pelo princípio, a saída de casa. Impossível, ficámos presos. Estacionada à porta do prédio eis que estava uma bela de uma carrinha audi A35, com os seus dez metros de comprimento escarrapachados no passeio. Matizo: à porta não, dentro da porta. Porque em Lisboa o conceito de estacionamento vai mais além dos limites lógicos da física, o dono da carrinha achou que a sua viatura estaria mais segura tapando a saída da minha casa. Foi mais ou menos quando Mr. Pinheiro começou aos pontapés à carrinha que eu me dei conta da odisseia em que se ia transformar um simples e simpático passeio pelas ruas da cidade. E como se tira um carrinho de bebé de uma casa lisboeta? À bruta. Apanha-se no carrinho com garra e atitude e poisa-se em cima da viatura que obstaculiza a saída do prédio. Ah, mas assim risca-se o carro, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda o carro.

Seguimos: já na rua reparamos que não há passeios livres porque como ficou lá atrás explicado o lugar onde se estacionam os carros é em cima do passeio. Como ainda não tirei o curso de voar na escola de pássaros nem o meu marido gosta de exibir em público a seu superpoder do tele-transporte, não tivemos mais opção que empurrar o carrinho pela estrada, ali da rua de São Bernardo à Alvares Cabral. Um saltinho. Cinco minutos. Claro que não estávamos sozinhos. Taxis, carros, motas e camionetas faziam o favor de nos seguir, qual romaria à nossa senhora dos carrinhos, à trepidante velocidade de 0,010 km por hora. E que linda sinfonia que ouvíamos, senhores! Saiam-me da frente, buuuuu, fora daí seus caralhos, piiiii, e assim ficou o Rititi Boy a conhecer o dialecto da capital. Ah, mas assim entupiam o trânsito, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda o trânsito.

Mais: a Alvares Cabral é uma grande avenida e o Rato, uma zona central, e a Rua da Escola Politécnica uma arteria das que chamam principal, com o Procuradoria-Geral da República a comandar a via. Pois muito bem, já andei em aldeias do terceiro mundo melhor pavimentadas que estas, por não falar já da lógica de pôr candeeiros no meio do passeio que impedem o normal caminhar ou do estado lamentável da puta da calçada portuguesa. Há partes da calçada, palavra de honra, que parecem remendadas por manetas cegos com ódios concretos aos pais com carrinhos e senhores em cadeiras de rodas. Obras sem sinalizar, cruzamentos tapados por camionetas e polícias que nem se dignam a parar o trânsito quando não se pode passar com o carrinho por culpa de uma betoneira no meio do passeio. Ah, mas o polícia só estava ali para fiscalizar a obras, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda o polícia.

Até à Trindade encontrei um total de sete carrinhos de bebés, sendo de cinco eram empurrados por turistas nórdicos e dois por criadas sem medo a morrer atropeladas por um autocarro psicopata. Nativos, zero, o que também não é de estranhar devido ao pouco interesse que os autarcas municipais mostram por ter as ruas cheias de crianças. O centro de Lisboa, nesse sábado, aliás, estava, como sempre, às moscas, sem famílias, sem crianças que devem estar refundidas na expo ou nalgum centro comercial com estacionamento regulado e elevadores com capacidade para dez carrinhos de bebés. Já podem vir com teorias para reabilitar o centro ou gastar dinheiro em merdas de espectáculos de rua, mas bastava com arranjar os passeios, regular o estacionamento, que a gente ia lá, gozar a cidade, como se gozam todas as capitais europeias. Ah, mas Lisboa é gira porque é caótica, ouço por aí dizer. Pois é, que se foda Lisboa, então.»

www.rititi.com

Na Terra das Leis da Treta - Passatempo com prémio

A
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B
.
C
.
DUAS DESTAS fotos foram tiradas em cidades, e uma numa vila (todas portuguesas, evidentemente) e, em termos de estacionamento selvagem, demonstram bem a "convergência de esforços" existente entre quem faz e quem deixa fazer.

Por isso, e também porque estão em causa autoridades que não actuam (ou o fazem de forma deficiente), será atribuído um exemplar do policial Aliança Trágica (de Lillian O' Donnell) a quem consiga identificar correctamente as cidades e a vila em causa.

Actualização: as 3 respostas certas já foram dadas.

Contributo de Costa Lobo


O Professor Costa Lobo, sabendo do nosso debate e na impossibilidade de participar, saudou a iniciativa e teve a gentileza de nos enviar um texto para publicarmos no nosso blog.

O Peão em Lisboa


I - Mal tratado

  • Carros a passar em grandes quantidades nas artérias principais da capital, com uma paisagem extensa de parqueamento automóvel, com carros onde é proibido estacionar e nos próprios passeios
  • Com poucos percursos verdes e azuis [água] para uso dos peões e bicicletas da cidade
  • Com vias de pavimentos degradados, nomeadamente nos passeios
  • Com obras em muitos lados mas nem sempre respeitosas para quem vai a passar na rua
  • Com uma sinalética insuficiente, e pouca informação fácil de consultar nomeadamente na sinalização de percursos pedonais de interesse
  • Com tráfegos de veículos que ocasionam elevados graus de poluição em certas áreas da cidade
  • Com muitas situações de risco de acidentes de tráfego para os peões e tempos de travessia pedonal curtos e raramente desnivelados

II - Mesmo assim feliz, em Lisboa

Temos que concluir que o peão não parece ainda ser bem-vindo a esta cidade, cidade que nos atrai pela sua luminosidade, pelos seus bairros variados, pelas vistas sobre o estuário do Tejo e pela atracção dos seus espaços próximos: das praias da linha do Estoril, da Arrábida, de Sintra (Património da Humanidade), de Mafra e da Costa Atlântica, das margens de Vila Franca e do Ribatejo, da Reserva Natural do Estuário do Tejo.

III - Super-pé

Nestas circunstâncias parece-me de insistir na adopção da metodologia "Super-pé", que seria um grande passo em frente para a qualificação da vida em Lisboa. Este método trata cinco frentes:

  1. A educação cívica da população de todas as idades
  2. A saúde pública e respectivas medidas
  3. A organização do tráfego, de modo a restringir os caudais de carros poluentes e a concentração do parque automóvel em parques próprios, periféricos às Áreas Centrais, estas com prioridade para os peões e os transportes públicos não poluentes
  4. Campanhas de condução respeitadora, policiamento e procura de soluções alternativas amigas do ambiente
  5. Construção de percursos de peões, bons pavimentos nos passeios e arborização/tratamento paisagístico de caminhos pedonais e de bicicletas, tornando atractivos esses modos de deslocação.

IV - Que bom seria!...

Se o peão voltar a ser senhor da Cidade de Lisboa e nela pudesse viver, sonhar, divertir-se, encontrar-se, usufruir do seu clima, etc, etc... que bom seria!

Manuel da Costa Lobo Professor Catedrático Jubilado do IST, ex-provedor do Ambiente e da Qualidade de Vida da CML