Quase que consigo por o carro dentro de casa!

«Antes de mais quero felicitar a iniciativa com a qual me identifico inteiramente, pois também me entristeço sempre que presencio comportamentos que revelam falta de civismo.
Resolvi colaborar com um exemplo que, quanto a mim, representa um comportamento ainda mais imperdoável do que aqueles que normalmente são aqui publicados: na rua onde tirei estas fotos, numa zona pacatada Costa do Estoril que conheço bem, ainda é fácil encontrar, a qualquer hora ou dia da semana, espaços disponíveis para estacionar. No entanto, não é menos frequente encontrar veículos estacionados em cima dos passeios, como estes que aqui se vêem, sem qualquer justificação.
Também sou condutor e, embora o evite ao máximo, por vezes até consigo entender motivos de força maior que justifiquem parar o veículo em sítios menos próprios, por curtos períodos de tempo e sempre que possível recorrendo a algum tipo de aviso que sinalize a situação, como os piscas ligados, um aviso escrito, etc. Mas é muito frequente apanhar situações de veículos em cima de passeios, ou em plena via decirculação estacionados em segunda fila, mesmo com lugares disponíveis ali ao lado! Esses são os que menos tolero, pela evidente falta de educação e egoísmo!
Aproveito para referir outro efeito do estacionamento selvagem que não sei se já foi referido: a proliferação, também selvagem, de “pilaretes metálicos” (não sei se é esse o nome) que tentam evitar o mau comportamento dos condutores, com o consequente aumento das despesas municipais e desordenamento do já caótico espaço público»
Contribuição de um leitor, 15Abr09







5 comentários:

  1. Concordo que os pilaretes deviam ser um último recurso, porque causam algum incómodo aos próprios peões, sobretudo os invisuais. Mas, perante a ineficácia da fiscalização policial, que não consegue fazer face a este problema (que tem uma dimensão incrível), já digo "abençoados pilaretes".
    Do ponto de vista dos gastos públicos, tenha em atenção que os pilaretes têm um custo relativamente baixo, comparando com o custo da reparação dos passeios danificados pelo estacionamento abusivo, que eles evitam.

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  2. Os pilaretes são um mal necessário. Não me chocam por aí além.

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  3. 1.º Os pilaretes criam a impressão de que, onde não existem é porque se pode estacionar;
    2.º Porquê colocar os pilaretes no passeio roubando espaço ao peão? Porque não os colocar na estrada (há aqui no blog uma foto de uns pilaretes que tornaram o pequeno passeio incirculável;
    3.º Muitas da vezes os chicos-espertos arranjam maneira de contornar os pilaretes!
    A solução não são pilaretes, MAS UMA SEMANA DE TOLERÂNCIA ZERO A REBOCAR E MULTAR TUDO O QUE É PREVARICADOR!

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  4. A fiscalização policial é, de facto, a solução ideal. Mas só com uma mudança drástica de actuação.

    Esquecendo agora os casos em que os agentes fecham descaradamente o olho, a polícia tem alguma razão quando alega que não tem possibilidade de chegar a todo o lado. Isto é uma praga que está em todo o lado.
    Mas a solução que a polícia arranja é a pior possível - como não conseguem ir a todo o lado, vão a uma determinada rua e só lá voltam anos depois, com o argumento de que têm muitos mais casos para acudir. Isto é tão eficaz como não não fiscalizar estacionamento em nenhum lado! Os automobilistas raciocinam de acordo com uma regra de probabilidade: se estacionarem em cima do passeio, sabem que a probabilidade de apanharem uma multa é muitíssimo baixa. E sabem que, se, por muito azar, a polícia lá for multar naquele dia, depois não voltará tão cedo. E continuam a pôr o carro no mesmo sítio.
    Uma fiscalização policial, para ser eficaz, tem de ser repetida num curto espaço de tempo. Se no espaço de 1 mês a polícia for 3 ou 4 vezes à mesma rua, a probabilidade de no mês seguinte as pessoas estacionarem nos passeios dessa rua é muito baixa - ninguém arriscará apanhar mais uma multa. E depois de serem forçadas a arranjar alternativa, muito provavelmente não voltarão a estacionar no passeio e arriscar pagar mais multas.

    Depois, é todo o processo da aplicação da multa, a começar pelo tempo que o agente demora a autuar cada veículo. Quem já viu um polícia a multar carros ao longo de uma rua sabe do que estou a falar: demoram uma eternidade a olhar, a preencher papéis (hora, rua, matrícula, artigo do código da estrada infringido, etc., etc.). Uma pequena máquina fotográfica digital na mão de um polícia era o que devia bastar - uma, duas ou três fotografias, matrícula incluída, não demoraria mais de 30 segundos (qualquer câmara regista a data e hora da fotografia). Em poucos minutos despachariam uma rua inteira!! A questão burocrática (escrever o auto, etc.) ficava para os burocratas. Se um auto assinado por um polícia faz fé em tribunal (ou seja, se o polícia diz que viu aquele carro mal estacionado naquele dia e naquele local, isso faz prova em tribunal), porque é que não há de fazer fé a fotografia tirada pelo polícia, se ele garantir que foi ele que a tirou?

    Pôr civis (ex. reformados, desempregados), devidamente formadas, a fazer este trabalho (fotografar carros mal estacionados e no fim do dia entregar a máquina à policia, que se encarregaria do resto, ou então entregar juntamente com uma minuta de auto já preenchida com tudo o necessário) seria outra opção.

    O Passeio Livre podia considerar a hipótese de começar a propor estas ou outras soluções a quem de direito. No nosso interesse.

    Enquanto tudo continuar como está, os malditos pilaretes continuarão a ser um mal menor.

    JL

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  5. Parabéns pelo vosso site e iniciativa!
    O problema nem são as soluções tão bem identificadas faz tanto tempo. O problema é a falta de vontade política e do cidadão. O político não se preocupa com o cidadão mas o cidadão também não se preocupa com o cidadão.
    A mim isto parece um caos onde em todas áreas sociais e cívicas e todas outras, um pequeno grupo de pessoas tenta educar uma maioria selvagem e primitiva em todos aspectos menos o de ter o ultimo modelo da ou do que em cima do passeio ou passadeira até chama mais a atenção e eleva o ego da fera primitiva que nessa atitude se sente superior para compensar seu sentimento de inferioridade. Como homens das cavernas luta-se e compete-se incluindo nas estradas qual teatro de guerra motorizado.
    Nesta guerra fazem-se bunkers e trincheiras restringindo como sempre o cidadão e pedestre com obstáculos destinados a prevenir que os homens das cavernas destruam o espaço pedonal mas acabam por o destruir eles próprios e por dar continuidade a uma lógica que não irá acabar nunca com o homem das cavernas.
    É que ter pessoas educadas e civilizadas torna o tipo de governação que temos muito difícil e como tal a guerra das estradas e espaços pedonais é uma consequência aceite por nossos governantes e por essa razão nada fazem que signifique acabar com a mentalidade primitiva da população. Pelo contrário apostou na deseducação e facilitismo... entenda-se primitivismo muito útil para alguns que vêm a população como servos.
    Que fazer então? Eu descobri que ainda tenho muito a fazer em relação a mim próprio, minha condução, estacionamento, minha integridade, coerência, honestidade entre tanta outra coisa. Entretanto podia ir colando uns autocolantes e a 10 metros daqui está um carro sempre em cima do passeio entre outros no bairro que procuram e ocupam todas sombras disponíveis estejam onde estiverem.

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