Uma história em Portimão

Na avenida onde moro existe uma esplanada e mesmo em frente há uma passadeira que faz a ligação entre os dois passeios da avenida. É raro o dia em que não há um "inteligente" a parar ou mesmo a estacionar sobre a passadeira, mas a cena mais caricata a que ali assisti, passou-se há dias quando um "doutor" chegou com um enorme Mercedes preto e nem se preocupou em procurar lugar para estacionar a máquina.

Como queria ir tomar café na esplanada, estacionou mesmo sobre a passadeira ocupando-a por completo, sem a mínima preocupação com a monstruosidade que estava a cometer. Saiu do carro como se tivesse estacionado num parque pago e sentou-se na esplanada com um ar emproado de rei e senhor.Acontece que na minha mesa estava uma amiga daquelas com pêlo na venta e que não gostou nada de ver a passividade com que todos aceitaram o facto e ficaram calados. Levantou-se da mesa, dirigiu-se à passadeira e colocando-se a meio do carro, voltou-se na direcção da esplanada e perguntou ao "doutor":

"E agora, como é que eu passo?"A besta sem fazer a mínima intenção de se levantar e retirar o carro, acabou de acender o cigarro, expeliu uma baforada de fumo e num ar de gozo respondeu-lhe: "Olhe, passe por cima!"Foi o que a minha amiga quis ouvir! Não esteve com meias medidas e cá vai disto. Pulou para cima do capô do carro e saltou para o lado de lado do mesmo, deixando bem visível na pintura a marca das sapatilhas.O "doutor" saltou-lhe a tampa! Enquanto a minha amiga continuava a travessia da passadeira, o selvagem levantou-se (finalmente) vociferou, esperneou, chamou-lhe tudo, insultou-a e só não continuou o espectáculo porque nem ela voltou para trás nem ele sentiu qualquer apoio de quem estava na esplanada.

Vendo que estava a fazer uma triste e ridícula figura, acabou por pagar o café, meteu-se no carro e cobardemente (como todos estes "valentões") meteu a mão fora da janela e fez o habitual gesto com os dedos, tão do agrado deste género de bestas que se julgam reis e senhores da via pública (incluindo os passeios).Quando a nossa amiga voltou, fizemos uma festa e ficamos com a certeza de que pelo menos por aqui, o energúmeno ficará com pouca vontade de voltar a estacionar sobre a passadeira.

Um contributo do leitor Faísca

11 comentários:

  1. só espero que a sua amiga tenha sapatos de salto alto :D de modo a vincar bem a chapa do carrinho.

    LOL

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  2. Isso é que era, o pessoal não vandalizar nem colar nada nos carros... simplesmente ignorar e passar por cima!

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  3. Ou então começar a caminhar no meio da estrada...
    Já que nos ocupam o passeio, ocupemos nós a estrada!

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  4. Isso já me passou pela cabeça, faltou foi a coragem.
    Parabéns à moça :-)

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  5. eu odeio
    tu odeias
    ele odeia
    nós odiamos
    vós odiais
    eles odeiam


    isto simplesmente é uma carta de ódio, lá por o acto do senhor ser reprovável não seria necessário fazer tal acto de repulsa. talvez ele seja assim porque trabalhe você sem nada para fazer vai para a esplanada implicar com os outros.

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  6. "Saiu do carro como se tivesse estacionado num parque pago e sentou-se na esplanada com um ar emproado de rei e senhor."

    o comentador anterior se calhar deveria ler melhor o texto (e já agora, aprender a usar vírgulas) - ou seja, o "estacionador selvagem" não estava a trabalhar.

    E mesmo que estivesse: esse argumento de que quem trabalha pode fazer o que quiser já está um pouco datado (para além de ser parvo). Se eu o aplicasse à minha situação, como vou a pé para o trabalho isso significaria que não trabalho. Ou seja, ia a pé para o escritório, sentava-me na minha cadeira e ficava a pensar que se tivesse carro é que este trabalho que tenho à frente se resolvia.

    Não simplifiquemos. Há muita gente que vai de carro para o trabalho e não o estaciona à bruta, há muita gente que tem carro e apenas o usa para ir para a praia ou em viagem, há muita gente que vai de bicicleta, transportes públicos, a pé, para o trabalho, etc.

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  7. Este anónimo , este senhor e todos os automobilistas abusivos estão a chamar parvos a todos os automobilistas honestos e respeitadores que pagam para estacionar e estacionam legalmente.

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  8. Não entendo a grita. Ele permitiu que ela passasse sobre o carro. Não houve vandalismo algum.

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  9. a sua colega parece que foi só mesmo lá para implicar. o vandalismo não é solução. Sejam racionais se não a campanha vai criar uma guerra bem mais dura.

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  10. Epá, sou de Portimão, mas como ando "desaparecido" não presto a devida atenção ao que se vai passando por lá. Nem podia acreditar no que estava a ler! Nem sei como dizer-vos que vos adoro! Força nesses chicos espertos! A cidade para as pessoas!

    Para o anónimo das 18.04, Vandalismo? O que propunha nessa situação? Chamar a polícia? Já viveu em Portimão? Falar correctamente com o senhor do mercedes enquanto ele lhe deitava fumo do cigarro para cima? Se bem entendi, foi ele mesmo quem lhe deu a resposta: "Passe por cima..."
    Abraços Marafados

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  11. Vamos lá ver se consigo fazer-me entender, pois parece que falei chinês!

    É verdade que a minha colega atravessou a passadeira apenas para mostrar ao energúmeno que, estacionar em cima de uma passadeira ocupando-a por completo, é um verdadeiro acto de vandalismo. Mas e se fosse alguém que necessitasse mesmo de atravessar a passadeira? Como é que o animal vai distinguir quem necessita ou não, de atravessar a passadeira? E mesmo que não seja absolutamente necessário atravessá-la, que direito tem um animal destes de estacionar a carroça em cima de um local que é exclusivamente destinado a peões e não a viaturas?

    Quanto ao vandalismo, estou inteiramente de acordo consigo: "O vandalismo não é solução" e por isso é que a minha colega passou por cima do pópó para mostrar à besta que, estacionar em cima de uma passadeira para estar repimpadamente sentado na esplanada a tomar café, é um verdadeiro acto de VANDALISMO, falta de civismo, falta de respeito pelo próximo e em última análise, de falta de chá!

    Por último, fico a pensar nesta sua previsão/ameaça: "...se não a campanha vai criar uma guerra bem mais dura."
    Quererá isto dizer que a previsão é que estas bestas andem armadas e prontas a enfiar meia dúzia de balázios no peão que teime em passar pela passadeira sempre que os "rapazinhos" decidam lá estacionar as suas carroças? Ou será que perante a insistência do peão, se metem no carro e perseguem-no pelo passeio fora até conseguirem atropelá-lo?

    Acho que vou ficar por aqui, porque a leitura do seu comentário deu-me voltas ao estômago e começo a sentir vontade de vomitar!!!

    Faísca

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