E estas riscas brancas no chão servem para quê?


Este/esta condutor/a descobriu um lugar onde não se paga parquímetro, na Baixa, próximo do Banco de Portugal.

Esteve lá pelo menos das 10h30 às 15h30. As horas em que passei por lá.

Esta é a mobilidade em Oeiras.

Imagem 1 : Transgressão dupla (passeio + via de bicicletas)



Imagens 2 e 3 : Veículos ocupando a totalidade dos passeios (Praçeta Fernão Lopes). Isto acontece em TODA a extensão do largo mais a rua adjacente, todos os dias, durante todo o ano.
Pois, eu sei, a desculpa: é os edifícios não têm estacionamento
próprio. Os peões não têm culpa disso. O único culpado é a autarquia que permite a construção de edifícios sem garagem.
[nota: o verdadeiro culpado de colocar o carro em cima do passeio é só um: quem o colocou lá. não compactuamos desculpabilizações de quem comete um abuso desta ordem. querido Carlos André: não nos cabe a nós como peões resolver um problema de falta de estacionamento que não é nosso.]




Cumprimentos,
Carlos André
(Oeiras)

Opinião do leitor

Como Lisboeta, automobilista e cidadão participante deste nosso país, venho felicitá-los por esta iniciativa que subscrevo inteiramente.

Presentemente moro num dos poucos bairros onde existe espaço de sobra para estacionar(bairro de Sta. Cruz de Benfica), no entanto os meus vizinhos e frequentadores do café do meu prédio insistem em estacionar os automóveis no passeio. Certa vez abordei dois agentes da autoridade sobre esta questão e eles afirmaram que até tinha razão, mas que se fosse perguntar à maioria dos moradores eles não achariam esta situação abusiva(!).

Pergunto-me com que legitimidade se passam multas em certas zonas da cidade e noutras não, será que a lei se aplica só em certas zonas? já agora gostava de saber quais...

Daniel Filipe (Sta. Cruz de Benfica, Lisboa)

Vais de carrinho!

«Vais de carrinho!»

(carta de um leitor)

HÁ UM JOVEM QUE, todos os dias e ao pé da minha casa, estaciona impunemente o seu carro em cima do passeio, tendo o requinte de o fazer na passagem de peões. Por causa disso, assisti recentemente a uma cena confrangedora: um idoso, de cadeira de rodas, pretendia passar e não podia.

Juntaram-se muitas pessoas, gerou-se burburinho, e eu ofereci-me para chamar o reboque. Mas o paraplégico opôs-se:

- Não se incomode, cavalheiro. O idiota há-de aparecer.

Não me conformei, argumentando que pelo menos os famosos «bloqueadores» tinham ali uma boa oportunidade de fazer justiça!

Estávamos nisto, quando o dono do carro apareceu, a correr, falando ao telemóvel; entrou rapidamente, bateu com a porta e ligou o motor. Mas as pessoas rodeavam-no e ele apercebeu-se de que não ia poder sumir dali facilmente. Deitou então a cabeça de fora e desabafou:

- Que diabo! Eu venho aqui todos os dias e tenho de meter o carro em algum lado!.

Nessa altura, o homem da cadeira de rodas, com um vozeirão de que ninguém o julgaria capaz, explodiu:

- E porque é que não o metes no **?!».

No dia seguinte, à hora do costume, o jovem apareceu e estacionou no sítio habitual. Mas, desta vez (lá deve ter meditado...) trazia um mini...
C. Medina Ribeiro


Crónica no Diário Económico

Passeios
31/03/09 00:01 | João Paulo Guerra 

Em Portugal, país de cerca de 10 milhões de umbigos, acaba de ser constituído um movimento cívico.
Actividade rara. O movimento destina-se a protestar contra o estacionamento abusivo que interfere com direitos da maior parte da população da cidade de Lisboa, o de circular a pé em áreas que lhe são destinadas e que foram tomadas de assalto para estacionamento de automóveis. O protesto traduz-se na afixação de um autocolante nos veículos estacionados em áreas destinadas à circulação de peões.
Um jornal que dava conta da criação do movimento dizia que a acção "não reúne consenso". Na verdade, o labroste que atropela os direitos dos outros não concorda que lhe chamem a atenção para a selvajaria, menos ainda quando a chamada de atenção se reveste de uma forma que de algum modo atinge, nem que seja com a simples cola de autocolante, a extensão do "ego" que é o "popó".
Em muito poucas cidades da Europa é possível assistir às manifestações de barbárie que podem ver-se em Lisboa, e em geral em Portugal, nesta matéria. O ‘blog' do movimento em apreço (http://passeiolivre.blogspot.com) ilustra bem que a realidade vai muito para além da imaginação mais delirante. No comum das cidades civilizadas, para que os automóveis não estacionem em cima dos direitos dos peões não é necessário qualquer dispositivo ou ameaça: basta o civismo. Mas, por cá, o civismo morreu atropelado na passadeira. De maneira que "não há consenso". E resta ver que partido tomam, quando for o caso, os que deviam assegurar o direito ao passeio livre. Aposto que vão comentar que sim senhor, que os peões têm os seus direitos, mas que há outras formas de fazer respeitar a lei. Quando sob a sua tutela o que está em vigor é a lei da selva.

Esclarecimento sobre a "falta de estacionamento"

A alegada dificuldade em encontrar um lugar para estacionar é um problema inerente à própria utilização do carro na cidade. Não é um problema do peão. Esta iniciativa de apelo ao respeito pelo espaço dos peões, apenas lamenta que este problema seja transferido para a parte mais fraca, sempre que alguém estaciona ilegalmente.
Se o problema existe realmente, se é grave, como deve ser resolvido, etc. são tudo questões interessantes, mas que não justificam o desrespeito dos peões. Tal como o problema não pode ser empurrado para terceiros, não aceitamos que o ónus da resolução dele (em bom português: "onde queres que estacione então?") recaia sobre quem não o provoca.
Obviamente que cada um terá uma opinião sobre este problema e encorajamos até que se discuta soluções nos comentários, mas não é disso que se trata esta iniciativa e quem cola o autocolante poderá ter opiniões muito diferentes sobre este assunto.

MAIS OEIRAS


Note-se que a carrinha que bloqueia o passeio da direita é da Câmara Municipal de Oeiras.

Essa rua tem dois sentidos e está a menos de 100 metros da Escola nº 1 de Oeiras.

Só eu sei porque fico em casa!

Palavras para quê?





Agradecimentos a uma leitora de Oeiras.
2 imagens valem por milhares de palavras.

protesto

Entre as dezenas de pedidos de autocolantes e mensagens de incentivo, recebemos este protesto:

Já que vocês têm uma mentalidadezinha de policiazinho de costumes, aproveito para perguntar se respeitam os sinais para os peões nas passadeiras, se atravessam os cruzamentos pelo meio, se se atravessam à frente dos carros em qualquer sítio onde vêm zebras que não existem, e se têm rabos com dois metros de largura, que não lhes permitam andar a pé a não ser em passeios muito largos...

Nas fotos publicadas no vosso blogue, tirando a do autocarro e do eléctrico, em que não é a passagem dos peões que está em causa, mas sim a do transporte público, só nas fotos das Escadinhas de São Crispim é que efectivamente se vê dificultada a passagem dos peões! Os vossos comentários às restantes fotos não são em defesa dos peões, mas apenas um exercício de má vontade e de espírito mesquinho em relação aos automobilistas, pois em quelquer uma delas, embora se vejam carros mal estacionados, também se vê à volta deles imenso espaço para passar!!!

As nossas cidades nao foram concebidas para os carros. E também não foram concebidas para os peões. Foram concebidas para ambos, numa época em que as necessidades de circulação eram totalmente diferentes. Se hoje temos alguma dificuldade com isso, não sao apenas os peões que as sentem. As outras pessoas também.

Ah, pois! Porque as pessoas como vocês querem que os automobilistas, os fumadores, as pessoas de outra raça, de outro credo, ou com outra orientação sexual deixem de ser consideradas pessoas... só os "puros" peões, católicos, ecológicos, não-fumadores etc. é que devem ter direito de cidade numa sociedade livre de carros nos passeios....

A Lei, a Lei, a Lei... também se aplica aos peões, sabiam?

rrrrrrrrrrrrrrrr


J M
Lisboeta

Resposta

Caro J M,

Muito obrigado pelo seu contributo. Entendemos perfeitamente as dificuldades dos condutores. Se você quisesse colocar 2 pianos de cauda em sua casa, também entenderíamos as suas dificuldades.

Mas o que você parece pensar ser uma fatalidade das cidades, é seguramente uma falha da sua imaginação. A ocupação abusiva dos passeios é um fenómeno resolvido em quase todas as cidades da Europa.

Colocaremos os seu contributo no blog porque um dos objectivos é começar uma conversa entre todos os nossos leitores.

Com os nossos melhores cumprimentos

Passear em Alfama - Rua do Museu de Artilharia em frente ao Estado Maior do Exército

Foram colocados pilaretes na Rua apenas do lado do Estado Maior do Exército, do lado oposto estacionam impunemente os carros dos militares, apesar de no final da rua existir uma esquadra da PSP (15ª) e parques de estacionamento


Todas estas situações em Alfama acontecem na proximidade de 4 parques de estacionamento com capacidade para mais de 2000 veículos junto ao rio na Av. Infante D.Henrique

Enviado por um leitor de Alfama

Passear em Alfama - Entrada da piscina municipal de Alfama, em frente ao Panteão

Na Calçada do Cascão, mesmo em frente à Junta de Freguesia de São Vicente de Fora. A CML também foi informada.



Enviado por um leitor de Alfama

Passear em Alfama - Largo do Terreiro do Trigo

Os veículos estacionam impunemente em cima dos passeios, nomeadamente em frente ao Arco do Rosário e do lado da Rua Cais de Santarém.








Enviado por um leitor de Alfama

Espinho




Enviado por um leitor de Espinho.

Alenquer

[...] Para já, contribuo com a brilhante inteligência que estaciona da brilhante forma em Alenquer no passado dia 26, quando vou para colocar o carro na garagem pela qual paguei, e do qual fui impedido de fazer.

Cúmplice


bom dia,
foi por um mero acaso que ontem ao navegar na net fui parar ao seu blogue.
dessde já quero dar os meus parabéns pela sua iniciativa, e junto anexo 2 fotos por mim tiradas.
essas fotos são de ALMADA e esse carro pertence a empresa REMAX que tem uma loja a alguns metros desse lindo "estacionamento". que devem pensar que é o parque de estacionamento privado deles, pois é quase todos os dias que se vê um carro da dita empresa estacionado nesse espaço.
espero muito brevemente contribuir com + fotos

Contributo de um leitor

Obrigado pelo vosso formidável trabalho. Junto umas imagens elucidativas do que se passa aqui na minha rua em termos de civismo (primata) e muitas mais que davam para um enorme álbum.

Rua do Mirante


O "passeio" na Rua do Mirante, 28 e 30, totalmente ocupado com estacionamento. Este local do arruamento é muito perigoso para os peões por se tratar de uma curva com pouca visibilidade. Como está quase sempre ocupado com carros, os peões são forçados a circular nas faixas de rodagem. Em dias de Feira da Ladra, altura de grande circulação pedonal, o risco de atropelamento é particularmente elevado. Já foi solicitado à CML o estudo para a colocação de pilaretes pois já todos percebemos que se formos esperar pelo civismo dos automobilistas... acabaremos por ser atropelados.

Outra vez o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Já aqui foi mencionado a situação caricata do estacionamento abusivo em frente ao Ministério da Ciência e do Ensino Superior.

Deleitem-se agora com um carro do Ministério dos Negócios Estrangeiros estacionado em cima duma passadeira:


Carros a atrapalhar peões e transporte público!

(rua do Breiner, Porto)

Passado uns minutos, os condutores dos carros que estavam atrás do autocarro organizaram-se. Eles levantaram o carro e puxaram-no para mais junto da parede onde achavam que não atrapalhava.

Eu gostava de ter formado uma comissão de peões para colocar o carro no lugar dele que era o meio da rua. Coitado desse audi, ninguém o quer...


Esses eléctricos só atrapalham!
(Porto, hospital de Santo António)
"Por favor não estacionar em frente as montras".
Este lojista deve sentir-se dividido. Por um lado aquela crença enraizada de que qualquer medida para limitar os carros vai afastar os clientes e leva-lo à falência. Por outro lado os carros estacionados nem deixam os clientes ver a sua loja!

(Loures)

Os veículos todo o terreno tém mais facilidade em arranjar estacionamento

Mas assim estás a danificar as raízes da árvore!


(fotos do Porto)
Rua da Constituição, Porto

Recebida: proposta para um novo autocolante

Eis uma proposta que nos foi sugerida para um novo autocolante:


proposta para novo autocolante:


CARROS, RUA!

Enquanto tira este autocolante, pense no quanto é leve e seguro o trabalho que lhe impomos comparado com o transtorno e com o risco que o seu carro impôs a pessoas que nunca lhe fizeram mal.

Linda-a-Velha

Obrigado ao leitor,










Até nas escadinhas de São Crispim???

Bardamerda! Bardamerda!


Alerta na Costa do Castelo


O contributo de um leitor

Junto ao Palácio de Belém. A incúria é total. Obrigado pela contribuição.




Citação

"No que nos diz respeito, não nos interessa o problema do número de lugares, se há carros a mais para a cidade ou se há estacionamento a menos para tantos carros.

O problema de falta de lugar legítimo de estacionamento é dos automobilistas. Nós somos peões.

O que nos interessa é que a partir do momento em que um carro está estacionado em cima de um passeio, há um carro a mais no passeio, há um carro no espaço que é nosso.

E, nas nossas cidades, o problema assume proporções de flagelo.

Imaginemos que as pessoas começavam a colocar o lixo, pianos de cauda, frigoríficos, no passeio, na via pública. Seria inadmissível, não? Então porquê tolerá-lo quando se trata de carros? Ninguém compra um piano de cauda sem ter espaço para pô-lo. Então porque adquirem automóveis se não têm possibilidade de os parquear legalmente?"

Lagos : Contributo de um leitor


O estacionamento selvagem em Lagos tem 4 aspectos:


  • A autarquia criou (e continua a fazê-lo) inúmeros lugares gratuitos, por todo o lado.

  • Boa parte dos automobilistas ignora-os.

  • As autoridades não mexem uma palha.

  • Todos parecem felizes.



do leitor: C.Medina Ribeiro

O que dizem de nós

Durante o dia, tem sido anúnciado em alguma comunicação social o lançamento desta campanha.
No entanto também alguns blogs deram relevância à iniciativa. Aqui algumas referências e comentários que foram sendo feitos ao longo do dia tanto na blogosfera como recebidos por e-mail:


Finalmente chegou o substituto do pára-brisas levantado, do pneu esvaziado, do risco na pintura e da pastilha elástica na fechadura (muito old school) através de um autocolante que se espera mais consequente que essas demonstrações de ressaibo pedonal - afinal, os peões sempre tiveram razão mas nunca ninguém ligou a isso.
- Blog Bicicleta na Cidade-


Alguma coisa se tem que fazer! Espero que sejam daqueles lixados de retirar (mas que não estragam nada)!
Apoiado!
- Leitor do blog CidadaniaLx -


Acho uma ideia arrepiante a de se combater a falta de civismo com outra falta de civismo que é o de colocar os ditos nos vidros que bem se sabe pode levar a ter de ser retirado à faca e riscar o vidro todo. De caminho porque não se pede à CML que legisle sobre a propaganda desmedida nos vidros dos automóveis que provoca o mesmo estrago e aínda conspurca as ruas?

- Leitor do blog CidadaniaLx -


Parabéns pelo blog e pela a ideia.
Continuem e não se deixem intimidar. Vou imprimir uns quantos folhetes e colocar nos automóveis estacionados nos passeios.
Os passeios são das pessoas, não dos automóveis. Se não há espaço para estacionar o carro, então que se mude o sistema!

Força!

-Recebido por E-mail -


Desde que cheguei à Holanda, uma das coisas que me tem encantado, além de se ver gente na rua aos fins de semana mesmo com temperaturas negativas, é a possibilidade de passear a pé pelo centro das cidades, livres de carros. Notei-o especialmente durante um fim de semana passado em Amsterdão, passeando-me à volta de Leidseplein e ruelas adjacentes, nas quais é possível andar à vontade. Lembro-me de pensar que o mesmo seria impossível em Lisboa. Mas não é, basta todos querermos e ganharmos consciência de que os passeios foram feitos para as pessoas, não para os carros. E se sou contra qualquer tipo de vandalismo ou retaliação típica, desde limpa pára-brisas levantados ou partidos aos riscos feitos a chave - que sim, já me aconteceu -, um inofensivo autocolante pode consciencializar sem lesar. Para bem da cidade, para bem de todos.

- Blog Crónicas das Horas Perdidas -

O contributo de uma leitora - Faro

Avenida 5 de Outubro (a normalidade é uma coisa muito estranha):