Tem-se falado muito em extinguir empresas municipais. Já pensaram o que fazer com esta?

Lisboa, 3 de Novembro de 2011
Esquina da Av. da Igreja com a Rua José D' Esaguy
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A imagem de cima mostra o caos habitual nessa zona, com a curiosidade adicional do carro da PSP (à esquerda) - que, como é costume dessa corporação, não interfere em coisas relacionadas com o estacionamento selvagem («Isso é com a autarquia» - dizem).

A foto do meio, tirada poucos segundos depois, mostra uma fiscal da EMEL a aproximar-se da cena. Há ali muito dinheiro disponível: carros em 2ª fila a perder de vista, uma camioneta estacionada na esquina, uma carrinha no passeio... é só passar as respectivas multas, que o erário público agradece!

A foto de baixo foi tirada 6 segundos depois...

12 comentários:

  1. Se ampliarmos a imagem de baixo veremos, no canto superior direito, um outro fiscal da emel, semi-escondido.
    Pode ser que ele já tenha multado os carros todos, dispensando a colega desse fastidioso trabalho...

    Agora a sério: tenho reparado que, quando se trata de empresas (a malta do «Estamos a trabalhar!»), a rapaziada da emel é extremamente "compreensiva". Que é como quem diz "se puder, não mexe uma palha".

    Ou têm medo, ou estão feitos com eles, ou ambas as coisas.

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  2. Perante tanta "matéria-prima" disponível (ainda por cima com condutores dispostos a pagar as coimas - pois elas vêm escarrapachadas no Código da Estrada, que tiveram de estudar), não se trata de extinguir a EMEL mas - isso sim - pô-la a funcionar com eficiência e credibilidade.

    O problema é que isso parece ser impossível com quem, até hoje, tem mandado nela. Caso contrário, haveria uma dúzia de inspectores que tratariam, de imediato, de perguntar aos fiscais míopes o que andam a fazer; e, com meia-dúzia de processos disciplinares (e alguns despedimentos com justíssima causa) aquilo entrava na ordem.

    Possivelmente, só uma privatização resolveria o problema.

    Eu ofereço-me já para trabalhar à percentagem, e até pago do meu bolso meia-dúzia de bloqueadores!

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    NOTA: não só há coimas até 300 euros, como elas são acumuláveis.
    P. ex.: ligar os 4 piscas indevidamente (o que quase toda a gente faz para dar a entender que "é só um minutinho") dá direito a somar 60 euros à coima correspondente à infracção.

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  3. Para que a emel algum dia funcione como deve ser, tem de ir para o olho da rua muita gente. A começar pelos boys do topo (que têm a obrigação de saber o que se passa) e a acabar na multidão de "fiscais ceguinhos".
    Se, para isso, for necessário privatizar a empresa, então privatize-se. Pagar a parasitas é que é insuportável, especialmente nos tempos que vão correndo.

    Ed

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  4. E pensar que houve quem criasse um cargo, na CML, com o divertido nome de Vereador da Mobilidade...

    F.C.

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  5. A EMEL, ser privatizada?!
    Quem é que, no seu perfeito juízo, compra uma empresa destas, com este historial de incompetência e arbitrariedades (para usar um eufemismo)?

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  6. "Quem é que, no seu perfeito juízo, compra uma empresa destas..."

    Esta empresa nas mãos de um privado iria dar um lucro descomunal tal é a potencial fonte de receitas. Se eu pudesse compraria-a...

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  7. Falemos claro:

    Em certos de locais de Lisboa, bem conhecidos, os fiscais da emel e os polícias municipais "estão feitos" com os infractores (em geral comerciantes e empresas).
    Não sei se recebem em dinheiro, em géneros ou em favores. Mas que recebem, não há dúvida, pois são os próprios corruptores que, muitas vezes, se gabam disso, alto e bom som.
    Frases como «Eles, aqui, não multam» ou «Nós controlamos isso» já me disseram a mim. E, pior do que tudo, são verdadeiras!

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  8. Antes de privatizarem a EMEL, deveriam começar por privatizar o tal departamento da Mobilidade e a própria Câmara Municipal (incluindo o seu presidente) e toda a cambada de incompetentes que permite este estado de coisas.
    Com a falta de dinheiro que por aí anda, acho que seria a altura ideal para fazer uma razia nessa canalha toda.

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  9. Repare-se no pormenor da menina a falar ao telemóvel.
    Tenho assistido a cenas iguaizinhas a esta (também com agentes da DT da PSP e da PM): o fiscal (ou agente) faz de conta que está ocupadíssimo, pelo que não tem tempo para coisas sem importância (como passar as multas - o que, por coincidência, é a sua profissão).

    Quando os infractores são, p. ex., taxistas, até adoptam o passo de corrida, a fugir dali para fora!
    Há dias, um fiscal da EMEL contava-me que «até já tinha multado um taxista!», e dizia isso, todo ufano, como sendo um acto de grande coragem!
    E, aqui para nós, acredito que fosse, pois já se viu que até os governos têm medo deles (veja-se como não lhes impõem o uso do cinto, p. ex.).

    F.C.

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  10. Ainda há dias, uma destas meninas da emel entrou na Boutique da Carne da Fr. Amador Arrais e perguntou em voz alta:
    - Aquela carrinha ali fora e o carro são vossos?
    Com a maior das calmas, disseram-lhe que sim.
    Ela rematou:
    -Então está bem - e foi à vidinha dela.

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  11. @ Faísca: o que penso é que o País é que deveria ser privatizado tal o estado a que chegou... :)

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  12. Estes fiscais ainda não perceberam que o seu futuro (leia-se «emprego ou desemprego») depende da saúde da empresa em que trabalham.
    Por seu lado, os que mandam nela ainda não perceberam que a saúde da empresa depende do facto de saberem (ou não) pôr esta gente a trabalhar.
    Mas nem uma coisa nem outra, pois o ar pachola destes fiscais de brincar só tem paralelo com a incompetência de quem neles manda.

    P. ex.: sabe-se agora que há milhões de euros por cobrar devido a 2 milhões de multas que têm estado na gaveta!
    Estamos a falar de valores da ordem dos 50 a 100 milhões de euros, muitos dos quais já não serão cobrados (ou porque as coimas prescrevem, ou porque os multados mudaram de casa, ou porque, simplesmente, não pagam) - e ninguém vai para a rua?
    Claro que não.

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