Os teimosos...

Toda a gente sabe o que se passa com as multas passadas pela EMEL e pela P. Municipal: com um pouco de sorte, elas voam, ou extraviam-se, ou prescrevem.
Há, no entanto, uma situação em que não é possível escapar: quando o carro é bloqueado ou - com maioria de razão - rebocado. Nesses casos, "a coisa" dói - não só porque todo o processo custa uma fortuna em coimas, como o infractor é obrigado a pagar eventuais "atrasadas".

Mas, pelos vistos, há os incorrigíveis - ou, simplesmente, ricos (para quem as multas são trocos):
A foto de baixo foi tirada no mesmo local, ao mesmo carro - alguns dias depois da de cima.

5 comentários:

  1. Em termos de "probabilidades e estatística" há uma grandeza chamada "esperança matemática", que é o produto da probabilidade pelo ganho (ou pela perda).

    Em termos de multas, isso quer dizer que seria igualmente desmotivador o facto de aumentar o seu valor ou a probabilidade de aplicação. Mas não é verdade.
    Uma multa (mesmo pequena) que é aplicada "de certeza" é muito mais convincente do que uma multa gigantesca que é aplicada raramente.

    É o que sucede aqui.
    O condutor do Smart deve ter pago um dinheirão pela 1ª situação, mas decerto pensou (e bem...) que apenas teve azar.
    Ou seja: a probabilidade de ser [novamente] ali multado é próxima de zero - como muito bem sabe que ali costuma passar.

    Claro que, a juntar a isso, pode haver o facto de ele ser rico -e o dinheiro das coimas pesar pouco.

    Estas situações só se resolvem com a "carta por pontos" ou com multas proporcionais aos rendimentos das pessoas (como sucede na Finlândia).

    É por isso que é enorme, em Portugal, a proporção de carros topo-de-gama em infracção: Para um dono de um BMW, de um Mercedes, de um Porsche ou de um Audi, o que é uma multa de 30 euros (que, ainda por cima, é pouco provável que seja aplicada)?

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  2. «Para um dono de um BMW, de um Mercedes, de um Porsche ou de um Audi, o que é uma multa de 30 euros?»

    De facto, há nisso uma variante de novo-riquismo:
    Como todo o saloio que sofre desse complexo, o indivíduo que tem um carro desses tem prazer em o exibir. Estacionando-o em infracção, chama ainda mais as atenções para ele, além de que está a apregoar que, para ele, «as multa são trocos».

    Como se isso fosse pouco, tenho reparado que os fiscais da emel parece terem medo de multar esses carros. Sim, medo, puro e simples, de terem problemas. Veja o caso dos carros das empresas, dos gajos do «Estamos a trabalhar!» e dos táxis, em quem a emel não toca.

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  3. Não concordo minimamente com o comentário sobre os proprietários de carros topos de gama. Parece-me que se os donos desses carros tivessem um carro mais "normal" fariam o mesmo, desde que tivessem dinheiro para pagar as multas.
    Compreendo que muita gente gostaria de ter carros topos de gama e que quem os tem gere muita azia nas outras pessoas mas é algo com o qual teremos de viver.

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  4. @ Anónimo das 12:55

    O que sucede é que uma coima tem um determinado valor pecuniário (as de estacionamento variam entre menos de 20 euros e 30) que pretende ser dissuasor. No caso de isso não ser eficaz, tem um efeito punitivo.

    Ora, se não houver mais outro inconveniente para o infractor (como ver o seu carro bloqueado / rebocado ou a carta apreendida), ele limita-se a comparar o custo dessa EVENTUAL punição com a vantagem CERTA do seu acto.

    Assim sendo, é evidente que quem tenha mais dinheiro é mais tentado a infringir as normas em causa. As pessoas dos carros topo-de-gama têm, quase "por definição", mais dinheiro do que os outros, pelo que o efeito dissuasor, para elas, é menor.

    Quem more em Lisboa pode confirmar, por observação directa, que a percentagem de topos-de-gama em estacionamento selvagem é muito maior do que a existência desses mesmos carros.

    Isso nada tem a ver com inveja nem azia. É um facto real e lógico.

    NOTA: Ainda há dias, um Mercedes esteve uma semana inteira estacionado (dia e noite) na Av. João XXI, em lugar reservado aos CTT. Foi multado uma única vez, pela PM.

    Se tivesse sido rebocado, a punição teria sido convincente. Assim, por menos de 20 euros (se os pagou!) teve 'direito' a um estacionamento privativo de luxo...

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  5. Já agora:

    Só o desbloquear um carro custa 60 euros, a que acresce a multa que motivou o bloqueio.
    E não há fuga nem perdão possível.

    No caso de reboque, o valor ainda é maior.

    No seguimento do que se vê na foto de cima, o condutor do Smart deve ter desembolsado uma boa centena e meia de euros.
    Se não é rico, é porque acha que, dessa vez, apenas teve azar (como os que garantem que um raio nunca cai 2 vezes no mesmo sítio).

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