''Autoestrada'' para automóveis, 80 cm para os peões

«Como é possível verificar através de posts anteriores, não são só os automobilistas que põe em causa os direitos dos peões.
Os ataques vêm também de onde (menos) se espera. São muitas vezes prepertados pelas pessoas que projectam as nossas cidades.
Estas imagens reportam um final de tarde na Avenida de Berna (Ou será Autoestrada de Berna?). São asseguradas três vias de circulação em cada um dos sentidos, mais duas filas para estacionamento. Um claro convite para que se traga o automóvel para o centro da cidade. Mas neste troço onde se encontram as duas paragens de autocarro, para que os peões transitem, restam apenas 80 cm de distância entre as paragens e o muro da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
A FCSH/UNL, que poderia exercer alguma pressão junto das autoridades competentes para que a situação seja corrigida, até à data nada fez. Toda a direcção, o corpo docente, e alguns dos alunos de 2º e 3º ciclos têm direito a lugares de estacionamento gratuitos, não obstante a quantidade e qualidade dos transportes públicos que dão acesso a esta zona. São assim impedidos de pensar e agir sob a perspectiva de peão. Mais uma instituição pública que almeja conter em si uma grande quantidade de conhecimento, mas que continua a celebrar o carro no centro da cidade.
A solução obviamente não poderá passar por retirar as paragens, prejudicando aqueles que tomam a opção certa de utilizar o transporte colectivo, passa sim, por retirar espaço aos automóveis.»



Contribuição de um leitor,

13 comentários:

  1. Mas queriam a paragem onde? No meio da estrada?

    ResponderEliminar
  2. O peão aguenta tudo!
    A mesma pessoa tem uma tolerância enquanto condutora e outra totalmente diferente como peão.

    ResponderEliminar
  3. Se calhar o que está ali a mais é a estrada!

    ResponderEliminar
  4. " Se calhar o que está ali a mais é a estrada!"

    Sacrilégio, heresia! O que está ali a mais é a paragem: então não se vê que cabia ali mais um carro em cima daquele passeio e meteram lá aquele mamarracho para os pobres não apanharem chuva enquanto esperam pelo autocarro?!
    Se não querem apanhar chuva que trabalhem para comprarem um carro que eu também trabalho!



    P.S.: Este meu comentário é uma caricatura e deve ser entendido como tal.

    ResponderEliminar
  5. A resposta do anónimo das 00:19 é típica dos cérebros a quem devemos estas coisas, porque o problema não é a paragem estar ali, mas sim a largura do abrigo, que poderia ser metade - permitindo, pelo menos, a passagem de 2 peões, cruzando-se.

    Quem ali passa, sabe bem que isso é impossível.

    E mesmo um único peão, com um guarda-chuva aberto, não consegue passar, acabando por ir para a faixa de rodagem.

    ResponderEliminar
  6. "mas sim a largura do abrigo, que poderia ser metade"

    Não, não podia. Se fosse metade não cabia o mupi... :)

    ResponderEliminar
  7. Lisboa está cheia disto. Simplesmente ridículo. Já nem podemos dizer que isto acontece porque eles não andam a pé pela cidade. O vereador Sá Fernandes, por exemplo, farta-se de andar a pé pela cidade. Será que acham que isto está bem assim? Será possível? Pelos vistos...

    ResponderEliminar
  8. Um bom vídeo para mostrar a todos aqueles que acham que quem luta pelos passeios livre são uns fundamentalistas: http://www.youtube.com/watch?v=THkQ6lgaawU&feature=player_embedded

    (roubado ao blogue da Joana...)

    ResponderEliminar
  9. Situação igual na estrada de benfica, na lateral do zoo. ridiculo!

    ResponderEliminar
  10. Trata-se de um exemplo gravíssimo de condicionamento da mobilidade pedonal, dado que é um local com um elevado fluxo de pessoas, assim como tendo em conta o risco de um peão ser colhido por um autocarro.

    Curiosamente, o vereador da mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa lecciona algumas aulas na faculdade em causa. Trata-se de uma pessoa consciente das problemáticas de mobilidade urbana, até porque a sua área científica incide sobre estas temáticas. O seu discurso no programa Biosfera comprova isso. Levanta-se a seguinte questão, até que ponto um próprio vereador pode intervir na resolução deste caso específico?

    Persistem outros problemas para o mesmo local. Os tempos de espera concedidos pelos semáforos aos peões para atravessar a rodovia são extremamente longos. Com a agravante de serem deliberadamente ainda mais extensos durante os períodos de ponta do tráfego automóvel.

    No entanto, há também um exemplo em que o próprio peão se condiciona a si mesmo. Na já vergonhosa e única entrada para a faculdade (com uns meros três metros de largura), é comum formarem-se grupos de estudantes, professores e investigadores que decidem colocar a conversa em dia num espaço impróprio, bloqueando e dificultando a passagem aos que pretendem simplesmente entrar ou sair do estabelecimento de ensino.

    Termino, felicitando o movimento/iniciativas e colocando a seguinte questão: porque optam por autocolantes, ao invés de panfletos/folhetos a serem colocados nos pára-brisas? Não será a colagem num veículo privado uma atitude relativamente “agressiva” (embora longe da praticada pelos condutores)?

    ResponderEliminar
  11. A reportagem da biosfera realmente esqueceu-se do «peão que incomoda peão» que é muito comum, a par do mobiliário urbano, dos caixotes do lixo e dos automóveis mal estacionados.
    Quanto aos panfletos, há aqui no blog inúmeros testemunhos de quem consegui resultados com o autocolante e que não consegui com papeis e panfletos (simples factos, o porquê caberá aos entendidos explicar),
    ...

    ResponderEliminar
  12. Sr. Fábio Cruz,

    Quanto à sua pergunta final, não vamos chover mais no molhado, ok?
    Essa pergunta já foi aqui colocada algumas vezes e poderá encontrar a posição de alguns apoiantes do movimentos em anteriores posts.

    ResponderEliminar