Acesso à estação S. Apolónia

«Exmo. Sr Chefe de Segurança da Estação de Santa Apolónia
A partir de dia 7 de setembro, vai ficar fechada a portinhola de acesso que as pessoas vindas dos bairros de S.Engrácia, Bairro América, Graça, etc, usavam para aceder à estação ferroviária e ao Metro de S.Apolónia (figura 1). Esta porta sempre exibiu um letreiro a dizer “Acesso reservado”, mas as pessoas sabiam que estava aberta e usavam-na para entrar na estação. Algumas pessoas até cruzavam as linhas dos comboios (atitude sem dúvida perigosa, mas que poderia ser reprimida facilmente) para chegarem mais rapidamente ao Metro. O fecho desta porta é explicado como sendo por "motivos de segurança" não melhor esclarecidos. Segurança de quem? O acesso pela entrada principal implica contornar a estação por um passeio tão estreito que os peões quase são atropelados pelos autocarros, mas onde sobretudo é muito perigoso passar com um carrinho de bebé (figuras 3-6). Nas imagens apenas aparece um carrinho de criança que já anda, portanto bastante mais estreito que um normal carrinho de recém-nascido.
Fui perguntar no atendimento a clientes se pelo menos têm intenção de abrir a outra porta (grande, pensada para ser de acesso MESMO) um pouco mais a frente, no fim da linha 1, onde além das bilheteiras e salas de espera, o público poderia aceder a uma passagem subterrânea que leva perto da entrada do metro (figura 7). Não é que esta abertura resolveria muito, até aí não deixa de ser perigoso tentar conduzir um carrinho de bebé (já para não falar duma cadeira de rodas!!). Simplesmente, esta porta nos pouparia muitos mais metros de martírio. Mas não, a resposta foi não, porque "por aí fugiam os ladrões". E então, a entrada gigante do lado do rio, por onde os passageiros da Carris entram directamente no Metro e na estação? Por aí não fogem ladrões? È muito mais fácil um cúmplice estacionar um carro à espera do amigo ladrão nesse lado, do que na Rua da Bica do Sapato, onde a estrada é tão estreita que não há hipótese de um carro parar sem parar o trânsito todo!
E em qualquer caso existem câmaras já instaladas, e existem seguranças a precisarem de trabalhar.
As estações principais (e não) das capitais (e outras cidades) de toda Europa têm 2 ou 3 entradas. Nós aqui não. Nós temos que andar centenas de metros num passeio que mede 50 cm de largura, com autocarros a nos fazer cócegas (figura 8). E se tivermos a péssima ideia de ter filhos e se quisermos sair com eles de transportes públicos (porque não temos outra opção), ou se somos deficientes motores, pois bem, não temos direito a usar nem metro nem comboio. Não em Santa Apolónia. Afinal, o passeio é bem mais amplo à altura do Hotel Paludismo (figura 9), porque nos havemos de queixar?
Esta carta vai ser enviada a outras entidades.
Obrigada
(...)
(residente na junta de freguesia de S.Engrácia e mãe duma criança de um ano e meio).»
 
Carta enviada para: municipe@cm-lisboa.pt, dgep@cm-lisboa.pt, dsrt@cm-lisboa.pt, condicionamentos@cm-lisboa.pt, geral@jf-santaengracia.pt, jfreguesiadagraca@sapo.pt, dmpcst@cm-lisboa.pt, peao.exaltado@gmail.com, relacoes.publicas@metrolisboa.pt, gmoptc@mopt.gov.pt

5 comentários:

  1. E não ter uns carros estacionados em cima do passeio, já vai com muita sorte.

    ResponderEliminar
  2. Transportes públicos?
    Andar a pé?
    Que se fod** esses desgraçados!
    Que vergonha.

    ResponderEliminar
  3. O carrinho de bebé coube ou não coube? Não sejam esquisitos. Queremos mais de 50 centímetros de passeio para quê? É tão bom conversar em fila indiana! 30 centímetros chegam. Passamos a andar de lado se for preciso. Não vamos é tirar espaço ao automóvel: credo, isso seria matar a cidade...

    ResponderEliminar
  4. ...e a bem dizer esse carrinho merecia era um autocolante!

    ResponderEliminar
  5. Acho que deviam fechar todas as entradas já que as outras também de certeza já serviram para ladrões fugir. Aliás devia-se interditar o uso dos automóveis, visto que estes podem servir para ladrões fugirem. já agora acabar com o oxigénio, pois este pode ser respirado por ladrões, ajudando estes a fugirem.

    ResponderEliminar