Porque usamos um autocolante?

Desde o lançamento do autocolante temos sido questionados e criticados por colarmos um autocolante em vez de abordar as pessoas e/ou chamar a polícia. Aqui fica um testemunho bem demonstrativo do que acontece a alguém que tenta isso mesmo.
(O texto foi apanhado na internet e nem sabemos se o seu autor concorda com o autocolante. Apenas serve de exemplo.)

Hoje tive uma situação desagradável com um jovem pai, dentro do seu SUV estacionado a ocupar todo o passeio. Vim a pé duma consulta no hospital, trazendo a bina à mão, e vou no passeio já de si estreito, ao lado duma via rápida, a Infante D. Henrique, perto de Cabo Ruivo quando me deparo com o carro completamente a bloquear o passeio e obrigando os peões a saírem para uma estrada muito rápida e depois voltar para o passeio. Ao aproximar-me vejo que o rapaz (pelos seus 30 e poucos anos, com uma criança dos seus 2 anos sentada atrás) opta por começar a ler o jornal numa tentativa óbvia de me ignorar). Eu fico um pouco chateado com aquele abuso, e opto pela via diplomática, dando um toque no vidro com a mão a pedir para ele abrir. O rapaz lá dentro era bastante grande, e de cabeça rapada, parecia um segurança de discoteca ou body-builder, eu tinha reparado nisso mas não queria que fosse esse o factor que me impedisse de lhe falar. Com calma expliquei-lhe que era chato obrigar as pessoas a contornar o seu veículo e irem para o meio da via rápida, o que se torna perigoso. Ele com ar bastante agressivo diz, "Mas porquê?Custa-lhe muito?" eu continuo, dizendo "A mim talvez não q sou jovem, mas pense o senhor em outras pessoas de mais idade ou assim", aí ele diz apenas "então saia daqui que eu não o conheço de lado nenhum, e se volta a tocar no vidro do meu carro eu dou-lhe ..." Apercebendo-me que o tom era de ameaça cobri as últimas palavras dele com um "tá bem tá bem.." (não as ouvindo no pormenor) e pus-me a andar, consciente que mais um segundo e ele tinha atirado com a porta ou algo no género.
Fiquei claramente perturbado, com a atitute de ocupar o passeio, a inefácia de tentar conversar civilizadamente e ainda mais com a ameaça física. Ainda fiquei a pensar se a minha abordagem teria sido a mais correcta e também fiquei a ponderar o que fazer caso esta situação volte a acontecer... devemos medir o tamanho da outra pessoa antes de fazer uma observação? Devemos simplesmente evitar todo o tipo de observação aos agressivos automobilistas de Lisboa? Ou se calhar tenho de ganhar mais coragem e continuar o diálogo, aguentando-me à bronca se ela chegar! :)

Miguel Ferreira

14 comentários:

  1. Em 2007 não havia ainda o Passeio Livre, tive precisamente a mesma postura que o meu amigo, mas tive mais azar. Fui agredido e ainda decorre o processo judicial!

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  2. Vamos a ser razoáveis... De uma pessoa que pára o carro em cima do passeio, com a todas as consequências que isso tem e que são muitas e significativas, não se pode esperar que depois tenham educação e civilidade quando são abordadas ou confrontadas com essa situação. Se as tivessem não teriam posto o carro em cima do passeio a estragar e perturbar, não é? [Um tipo que faz uma figura dessas, ainda por cima dando exemplo ao filho, não pode ser grande exemplo da raça humana] Evidentemente que há excepções, mas, infelizmente, confirmam esta regra.

    Quero com isto mostrar a minha compreensão para com o Miguel Ferreira e dizer-lhe que não desista de melhorar esta vergonha nacional. Contudo, evite sempre esses confrontos. Só nos corroem cá por dentro. Há que ser ninjas, actuar na sombra. Para eles ficarem ainda mais danados. :-P

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  3. Infelizmente tem de ser na base da guerrilha. Enquanto que as bestas actuam na luz do dia.

    Ontem uma senhora num SUV com 2 crianças atrás agia como uma louca. Quis ultrapassar um autocarro parado na paragem, passou contínuos, ia-me levando à frente (circulava de bicicleta), ia levando toda a gente da passadeira à frente, suibiu o passeio para continuar a passar. Toda a gente lhe condenou com o olhar, ela reagia como um touro enraivecido dentro do seu carrão a bufar por todo o lado...com as crianças lá dentro.
    Enfim, mais à frente paro ao lado da senhora, pois ficou parada num semáforo e perguntei-lhe se tinha pensado no que tinha feito, e se tinha valido a pena pois acabava por ficar parada na mesma. Continuou a estrabuchar e a ameaçar abalroar-me com o SUV. Ignorei-a e passei à frente com a ginga.

    O melhor de tudo é que estar parado por causa de outros automóveis é aceitável, estar parada por causa de peões, autocarros, bicicletas e passeios incomodativos é que é MAU! ;o)

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  4. Uma pessoa não pode mesmo desistir, principalmente depois de ser vítima duma situação semelhante. É mais uma razão para continuar a ensinar algum civismo e respeito pelos outros a esta gente.

    Eu tenho tido sorte nas minhas investidas - de autocolante ou verbais - pois tenho quase 1m80 e 100kg. Percebo que o meu tamanho possa desincentivar os abusadores de partir para ameaças, pois ignoram se sou do tipo violento (não sou mesmo nada) mas outros não terão a mesma sorte. Depois, também não se pode contar muito com a celeridade da nossa justiça... é uma pena, mas como disse, não podemos mesmo desistir, muito menos agora.

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  5. Quanto aos autocolantes, estou a fazer uma trégua até Setembro.
    Em Setembro, quando muita gente tiver acabado de regressar de férias, voltarei à carga, mas agora mais insistentemente. Aqui a rentré vai ficar conhecida como a rentré do autocolante.

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  6. http://www.youtube.com/watch?v=fK1dGAzWejI

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  7. Não sou tão corajoso quanto impulsivo, por isso, continuo a advertir as pessoas quando as surpreendo. Felizmente, tenho tido reacções mais ridículas do que ameaçadoras mas houve um dia em que os abordados eram dois polícias. Levaram-me (e ao filho da minha mulher, então com 6 anos) para a esquadra. Foram condenados por abuso de autoridade, recorreram, e estão à espera da decisão do Tribunal da Relação.

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  8. Essa história com os polícias foi em Fevereiro de 2004, em Oeiras.

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  9. Há outra boa razão para usar os autocolantes: é que nem sempre apanhamos a pessoa a estacionar, e é dificil falar com carros vazios (como já me sugeriram alguns daqueles a quem adverti pessoalmente:
    - Porquê está a falar comigo e não fala com os outros todos?
    - Porque não há ninguém nos outros carros, minha senhora.
    O diálogo já aconteceu e não foi duas nem três vezes!

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  10. A resposta que eu mais ouço é "você é policia?".
    E nem vale a pena dizer que a vamos chamar, primeiro porque os condutores riem quando se os ameaça com a polícia e segundo porque a "autoridade" nunca tem meios (ou seja, não lhes apetece).
    Para além dos autocolantes, sugiro a inundação das caixas de email da câmara e pm respectivas com situações. por dia faço pelo menos uma, já que me desloco ou a pé e de bicicleta, e tenho outras com troca de emails há algum tempo.
    telefonar regularmente é outra.

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  11. Companheiros, quando chamarem a polícia não digam quer é por causa do estacionamento. Digam que é uma situação de violência: «Está um homem a querer bater num rapaz...», que eles vêm logo.

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  12. E se ameaçarem com autuação por falsa notificação de crime, sempre se pode dizer "o homem sou eu, o rapaz é esse que parou o carro em cima do passeio" :)

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  13. luis filipe carvalho6 de agosto de 2009 às 17:47

    esta situação leva-nos a pensar que se a coisa azeda então teremos de nos precaver da mesma forma.
    Que tal o leilão de armas da PSP resolveria qq atitude de rambo destes indivíduos, não se propõe mas lá que apetece apetec...

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  14. spray de pimenta. não há nada mais eficiente contra roubos e rambos imbecis

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